segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Às cavalitas...
Paulo Portas de saltos altos
Paulo Portas é um político que não esconde a ambição que o devora e a frustração que os resultados eleitorais lhe provocam. A aritmética eleitoral condena-o a ser apenas um fato às riscas com um ministro dentro, às cavalitas do PSD, a quem serve de muleta.
Não escolhe o que quer ser, sujeita-se ao que lhe querem dar, carregando o passado da Moderna e da Amostra, a vocação persecutória no Independente, os esquecimentos nos pagamentos de impostos, a passagem pelos governos de Barroso e Santana Lopes, com a ministra Celeste Cardona para o livrar das enrascadas e Bagão Félix, tão implacável a demitir todos os directores e subdirectores da Segurança Social como néscio a sobraçar a pasta das Finanças e a ajudar ao descrédito de Santana Lopes, como se ele precisasse.
Na entrevista ao Diário de Notícias e TSF, Portas exprime-se como se fosse candidato a primeiro-ministro, com a determinação com que enviou um navio de guerra a defender a costa da Figueira da Foz, ameaçada por um barco armado com pílulas abortivas, e com o mesmo ar devoto com que agradeceu à Senhora de Fátima ter enviado ventos e marés para que o petroleiro Préstige derramasse o petróleo na costa da Galiza.
Paulo Portas, com 10% do eleitorado, oferece-se para formar um Governo onde recusa Sócrates e, de dedo em riste, escolhe os partidos que o devem formar. Parece a jovem que, inconformada com o beijo que o namorado lhe deu na testa, passou a andar de saltos altos.
O CDS é o único partido português que teve uma presidente distrital que, condenada a dois anos e meio de prisão, se manteve na liderança durante o período de pena suspensa, sendo presidente nacional o virtuosos Paulo Portas. O regresso de Avelino Ferreira Torres à presidência de uma comissão concelhia só vem revelar a alegada superioridade moral de que Portas se reclama.
A sua entrevista é um manifesto de propaganda eleitoral onde se vêem os saltos altos em que se apoia para receber o beijo do PSD para um eventual Governo que um democrata só aceitaria depois de um acto eleitoral. Claro que há uma direita, herdeira do salazarismo, para quem as eleições são um mero detalhe ou um arreliador contratempo.
posted by Carlos Esperança
http://ponteeuropa.blogspot.com/
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