terça-feira, 8 de junho de 2010

São €uros senhor, são €uros


David Cameron diz que os britânicos vão piorar de vida durante os próximos anos

David Cameron atribuiu esta nova conjuntura ao facto de as finanças públicas do país, nomeadamente o défice do Estado (que roça os 11 por cento do PIB), estarem piores do que tinha sido estimado, e disse que durante o anterior Governo o país “viveu acima das suas possibilidades”.

Além do défice, Cameron enfatizou, citado pela imprensa internacional, o crescente peso dos juros da “desconcertante” dívida publica, que ameaçam asfixiar as contas nacionais se não forem controlados. Está agora nos 42 mil milhões de libras anuais e poderá chegar aos 70 mil milhões (cerca de 85 mil milhões de euros) dentro de cinco anos.

O primeiro-ministro fez estas declarações num discurso na Open University, onde disse que este último valor resultava ainda de cálculos do anterior Governo.

“Deixem-me explicar o que isto significa”, disse, citado no site do diário britânico The Guardian. “Hoje gastamos mais nos juros da dívida do que nas escolas em Inglaterra. Mas 70 mil milhões significam gastar mais em juros da dívida do que aquilo que actualmente gastamos a gerir as escolas inglesas, mais as alterações climáticas, mais transportes. Pagamentos de juros de 70 mil milhões significam que por cada libra de imposto que paguem, dez pence serão gastos em juros.”

Por outro lado, evocou a situação da Grécia para alertar dos riscos que o país corre. “A Grécia permanece como uma advertência para o que acontece aos países que perdem credibilidade, ou cujos governos fingem que as decisões difíceis podem ser evitadas”, disse ainda, citado pelo espanho El País.

Este discurso acontece duas semanas antes da prevista apresentação ao país do orçamento de emergência no dia 22 deste mês, que tinha sido anunciado em meados do mês passado. Nessa altura, soube-se também que o anterior secretário de Estado das Finanças deixou ao novo uma lacónica frase, com uma única mensagem: “Caro Secretário, lamento informá-lo que já não há dinheiro.”

http://economia.publico.pt

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