FMI entregou primeira tranche a Portugal, UE anuncia segunda.
O Fundo Monetário Internacional(FMI) já entregou, anteontem, a primeira tranche de ajuda fi nanceira a Portugal, no valor de 6,1 mil milhões de euros, segundo fonte da instituição em Washington. Até ao fi nal do ano, Portugal deverá receber do FMI mais
6,5 mil milhões de euros, no âmbito do resgate fi nanceiro, que envolve também a União Europeia, a qual anunciou ontem que Lisboa receberá a 1 de Junho uma segunda tranche no valor de 4,75 mil milhões – a primeira (1,75 milhões) chega um dia antes,
concedida ao abrigo do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira(MEEF).
As obrigações destes 4,75 mil milhões vencem a 3 de Junho de 2016, a uma taxa de juro de 2,75%, justifi cando- se a taxa de juro inferior àquela aplicada à primeira tranche com o facto de a maturidade ser também mais reduzida. A forte procura de investidores nesta segunda emissão veio da Europa - desta vez com Reino Unido à cabeça (17%), seguido da Alemanha e Áustria (14%) –, mas também da Ásia (16%) e Médio Oriente (7%). Já a taxa de juro do crédito do FMI será flexível, ajustada a cada duas semanas. Começará nos 3,25% nos primeiros 3 anos, subindo para 4,25 para os montantes em falta para além desse período. Incluindo o período de carência, o reembolso do empréstimo será feito ao longo de 12 anos, adiantou a fonte.
Na passada sexta feira, a administração do FMI tinha aprovado a participação
da instituição fi nanceira no resgate internacional a Portugal, com um empréstimo de 26 mil milhões de euros. A instituição enviará uma missão de assistência técnica a Lisboa entre os dias 30 e 31, para preparar o acompanhamento do programa económico.
Esta missão mais curta, de natureza “preliminar”, irá “preparar o terreno para uma missão completa de gestão fi nanceira pública, mais tarde no Verão”, segundo fonte oficial do FMI.
O apoio do FMI e UE, no valor global de 78 mil milhões de euros, permite a Portugal evitar recorrer aos mercados financeiros internacionais a taxas de juro mais altas durante o período de ajustamento e introdução de reformas.
Ontem, os técnicos do banco Goldman Sachs alertaram os seus clientesinvestidores de que devem evitar exposição às dívidas portuguesa, grega e espanhola. A opção, dizem, deve ser centrada nos países emergentes.
Público • Quinta-feira 26 Maio 2011 • 23
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