Não podemos perder mais tempo
Hoje acordámos mais pobres. É isso que acontece
a cada assalto contra a qualidade da nossa dívida,
levado a cabo pelos “especuladores”, ou manipuladores
de mercado, como mais exactamente lhes devíamos
chamar. Pior, a cada agravamento dos juros
a pagar, mais difícil será trazê-los de regresso para
valores razoáveis.
Imagine que, ainda há um mês, o banco estava disposto
a conceder-lhe crédito a taxa de juro de 3% e
ontem lhe enviava uma carta a avisar que deixara
de o considerar um cliente de risco razoável, pelo
que a taxa a cobrar-lhe, no futuro, passaria para o
dobro (a rondar os 6%!). Foi mais ao menos isso que
nos aconteceu ontem, como país.
Mais uma vez, não adianta fechar a porta ao carteiro
ou vociferar contra os bancos. Já fi zemos isso
durante as últimas semanas.
Há sete dias, falei-vos do fogo que exigia combate
imediato e um esforço conjunto de todas as corporações.
Já tínhamos, então, os vizinhos reformados
do FMI a avisar-nos do perigo. Chamámos-lhes alarmistas
e incompetentes e dissemos que a asneira
era livre… Perdemos a derradeira semana.
Hoje, fi nalmente, às 11h00, os chefes das duas principais
corporações de bombeiros reúnem-se em S.
Bento para, em conjunto, avaliar as medidas de
combate ao fogo. Esperemos que encontrem um
processo expedito e que o comandante, em Belém,
não deixe de os incentivar à reunião de esforços.
Se perdermos mais tempo, só restarão as cinzas no
rescaldo.
Graça Franco
http://mediaserver.rr.pt/rr/others/1077647486ddd1.pdf
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