segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Estrelas
Presidenciais
Edite diz que Sócrates não sabia de carta anti-Cavaco para bases do PS
A dirigente nacional do PS desvalorizou carta por si enviada às bases do PS em que Cavaco é duramente criticado. Marcelo comentou: "Não foi muito inteligente".
Edite Estrela ficou surpreendida com a divulgação, ontem, no DN, da carta por si assinada e dirigida por email aos militantes do PS em que, entre apelos à mobilização do partido em torno da candidatura presidencial de Manuel Alegre, faz duras críticas a Cavaco Silva.
Confrontada por vários órgãos de comunicação social, tentou desdramatizar o seu conteúdo, considerando que deveria ser vista estritamente como uma carta para "consumo interno" no PS. E nada "desrespeitosa" em relação ao actual Presidente da República, por quem disse ter "muito respeito". "Há apenas uma demarcação política entre dois candidatos", disse, acrescentando não ver "nada de especial" na carta.
Entrevistada pela Antena 1, protegeria Sócrates do impacto da carta, dizendo que o líder do PS "obviamente" não teve conhecimento prévio do seu conteúdo.
Na missiva, a dirigente nacional do PS - que a assina como tal - escreveu, por exemplo, que durante o mandato de Cavaco Silva "foram frequentes as quezílias, intrigas e até campanhas, dirigidas por assessores da sua confiança, destinadas a atingir a idoneidade do governo e do primeiro-ministro".
Acrescenta que "nunca perdeu uma oportunidade de se demarcar do Governo, de dificultar, aberta ou dissimuladamente, a sua acção, e até de obstruir deliberadamente muitas medidas constantes do programa eleitoral sufragado pelo povo português". A sua reeleição "abrirá as portas a um governo do PSD e a políticas conservadoras e neo-liberais: o serviço nacional de saúde, a igualdade de acesso à educação, as políticas de coesão social, os direitos laborais, tudo será revisto e alterado".
O PSD não tardou em sair em defesa de Cavaco - mas fazendo avançar um dos seus mais discretos vice-presidentes. "O PS parece estar mais interessado em criticar um eventual candidato que ainda não anunciou a sua recandidatura do que defender o seu próprio candidato. Estamos perante uma situação de desespero de alguém que parece ter vergonha do seu candidato", disse Jorge Moreira da Silva à TSF.
Quem também comentou foi Marcelo Rebelo de Sousa. A carta representou da parte da direcção do PS uma "fraqueza" e "uma confissão de derrota" perante as próximas legislativas, "o que não é muito inteligente". "No fundo, o que esse documento diz é que 'não podemos votar em Cavaco Silva, porque, no próximo mandato, uma vez reeleito pode dissolver e dar o poder à direita'", considerou.
Para o ex-líder, além do mais o teor da carta "não corresponde à realidade, porque Cavaco Silva foi já solicitado por muita gente no seu partido para dissolver o Parlamento, mas, como se prova, fez muito bem em não ouvir esses apelos". "O PS está a pôr na cabeça de Cavaco Silva uma coisa que é o contrário daquilo que ele revelou nos últimos tempos", reforçou.
por JOÃO PEDRO HENRIQUES11 Setembro 2010
http://dn.sapo.pt
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