sábado, 28 de maio de 2011

Vaya con dios

"Utopias do costume"

Uma semana de campanha

Com a primeira semana de campanha eleitoral desapareceu o programa eleitoral do PSD e o seu redactor, o professor zero, desapareceu o projecto de revisão constitucional, desapareceu o Mais Esperança e os seus promotores e até desapareceram algumas convicções de Passos Coelho com mais de uma década, como era a sua posição sobre a despenalização do aborto.


Nesta primeira semana também desapareceu o PEC IV e a bancarrota, a descida da TSU, o financiamento da competitividade com o IVA sobre os bens básicos, reapareceu a direita do costume, a sua velha gula pelo poder, as suas velhas bandeiras e o recurso aos golpes baixos para conquistar votos. Desapareceu a direita moderna e liberal dando lugar à salgalhada do futuro, agora com mais ambições porque a crise financeira se tornou numa oportunidade única para promover uma contra-revolução recalcada desde o dia 25 de Abril.

O liberalismo de Passos Coelho combinou-se com o conservadorismo da direita mais conservadora, o falso liberalismo casou com o intervencionista oportunista, o que no Estado dá lucros deve privatizar-se, onde há dinheiro no Estado este deve financiar a produtividade do sector privado e o que restar do Estado deverá servir para enriquecer o sector privado.

As grandes causas da direita deixaram de ser as grandes causas do país que supostamente conduziram a esta crise política, são as causas de sempre e a crise financeira não passou de um argumento. Nesta primeira semana a direita demonstrou que a crise da zona euro apenas serviu de argumento para Cavaco Silva tentar livrar-se de Sócrates e devolver o poder à direita. A crise financeira promovida a bancarrota serviu de argumento para que uma direita que estava falida tente agora fazer passar todos os seus projectos.

Com o argumento de salvar o país esta direita frustrada e vingativa não hesitou de conduzir o país para uma crise profunda para se salvar a si própria. As lutas políticas são as de sempre, o linchamento de quem no PSD ousar criticar o chefe, o CDS a tentar quebrar a hegemonia do PSD à direita, o PSD a tentar extinguir o CDS, a esquerda conservadora a tudo fazer para tirar o PS do governo e lá colocar a direita a sério para alimentar a sua velha luta de classes.

Estas eleições são iguais a todas as outras que já se realizaram em Portugal, é a luta do poder pelo poder, é o assalto ao dinheiro dos políticos. As lutas ideológicas são as mesmas a que assistimos desde que há eleições democráticas, a direita a lutar por um poder que considera seu como se fosse a solução natural e a esquerda conservadora a vender as utopias do costume.

Tudo está claro, quem quiser a direita no poder ou vota num partido de direita ou vota nos que não querem lutar pela defesa Estado social mas sim proporcionar à direita a oportunidade de o destruir para serem líderes da sua defesa em agitação de rua. As opções e os resultados serão os do costume, ou vai governar a direita ou vai governar a esquerda, ou governam os que esgotado o modelo da mão de obra intensiva querem usar os impostos para financiar empresas preguiçosas ou governam os que defendem que o Estado não deve deixar de ter preocupações sociais, tudo o resto são fait divers.

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sexta-feira, 27 de maio de 2011

EDUARDO GALEANO

Jà ch€gou... !

FMI entregou primeira tranche a Portugal, UE anuncia segunda.

O Fundo Monetário Internacional(FMI) já entregou, anteontem, a primeira tranche de ajuda fi nanceira a Portugal, no valor de 6,1 mil milhões de euros, segundo fonte da instituição em Washington. Até ao fi nal do ano, Portugal deverá receber do FMI mais
6,5 mil milhões de euros, no âmbito do resgate fi nanceiro, que envolve também a União Europeia, a qual anunciou ontem que Lisboa receberá a 1 de Junho uma segunda tranche no valor de 4,75 mil milhões – a primeira (1,75 milhões) chega um dia antes,
concedida ao abrigo do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira(MEEF).

As obrigações destes 4,75 mil milhões vencem a 3 de Junho de 2016, a uma taxa de juro de 2,75%, justifi cando- se a taxa de juro inferior àquela aplicada à primeira tranche com o facto de a maturidade ser também mais reduzida. A forte procura de investidores nesta segunda emissão veio da Europa - desta vez com Reino Unido à cabeça (17%), seguido da Alemanha e Áustria (14%) –, mas também da Ásia (16%) e Médio Oriente (7%). Já a taxa de juro do crédito do FMI será flexível, ajustada a cada duas semanas. Começará nos 3,25% nos primeiros 3 anos, subindo para 4,25 para os montantes em falta para além desse período. Incluindo o período de carência, o reembolso do empréstimo será feito ao longo de 12 anos, adiantou a fonte.

Na passada sexta feira, a administração do FMI tinha aprovado a participação
da instituição fi nanceira no resgate internacional a Portugal, com um empréstimo de 26 mil milhões de euros. A instituição enviará uma missão de assistência técnica a Lisboa entre os dias 30 e 31, para preparar o acompanhamento do programa económico.
Esta missão mais curta, de natureza “preliminar”, irá “preparar o terreno para uma missão completa de gestão fi nanceira pública, mais tarde no Verão”, segundo fonte oficial do FMI.

O apoio do FMI e UE, no valor global de 78 mil milhões de euros, permite a Portugal evitar recorrer aos mercados financeiros internacionais a taxas de juro mais altas durante o período de ajustamento e introdução de reformas.

Ontem, os técnicos do banco Goldman Sachs alertaram os seus clientesinvestidores de que devem evitar exposição às dívidas portuguesa, grega e espanhola. A opção, dizem, deve ser centrada nos países emergentes.

Público • Quinta-feira 26 Maio 2011 • 23

Cultura, um desassossego...

Passos diz que Ministério da Cultura foi reduzido a uma “caricatura”

Segundo o PSD, transformar o MC numa secretaria de Estado é dar mais poder ao sector. A actual ministra diz que é transformar a Cultura em “ornamento do poder”

Não era uma polémica evidente de levar para campanha, mas, ontem,num almoço na Guarda, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, decidiu fazer subir de tom a discussão em torno da extinção do Ministério da Cultura (MC), que, se formar Governo, quer transformar em secretaria de Estado.

Acusando o actual Governo de ter transformado o MC “numa caricatura, quando devia ser uma causa”, Passos Coelho deixou críticas em forma de pergunta: “É perigoso dizer
que o Ministério da Cultura não tem transparência e parece uma agência de subsídios?” “Acham perigoso dizer que a Cultura deve fi car na dependência do primeiro-ministro?” Gabriela Canavilhas, ainda titular da pasta, reagiu em declarações à Lusa, dizendo ser claro o que esperar se o PSD formar Governo: a Cultura como “ornamento do poder”.

Ao PÚBLICO, Francisco José Viegas, um dos autores do programa do PSD para a Cultura e candidato a deputado pelo distrito de Braga, avançou que uma nova estrutura implicará “algumas fusões e algumas extinções”. Sem concretizar, diz que a ideia é acabar “com as coisas que não funcionam”.

No programa do PSD está, por exemplo, a revisão do estatuto da OPART, o polémico organismo de gestão de teatros nacionais e da Companhia de Bailado, e a intenção de
“repensar os apoios a fundações e outras entidades que dependem quase exclusivamente das subvenções”. “Da parte do PSD, há uma clareza enorme”,afirma Viegas. “A existência de um ministério não é garantia de mais dinheiro para a Cultura ou de mais agilidade na tomada de decisões”, diz o também escritor e editor.
E defende que a ligação directa ao chefe do Governo só irá beneficiar o sector.
“Simbolicamente, até tem mais força se estiver ligado ao primeiro-ministro do que se estiver a discutir num Conselho de Ministros com a desconfiança de todos os outros ministérios, e sem força para poder actuar.” A Cultura “vai ser uma preocupação fundamental [do primeiro-ministro]”, garante Viegas.

Canavilhas defende PM Já foi também uma preocupação do actual primeiro-ministro, José Sócrates, acredita Gabriela Canavilhas, que respondeu ao PÚBLICO por email: “O
Orçamento do Estado para 2010 aumentou a verba para o MC. O primeiro-ministro cumpriu essa promessa.

Ao longo do ano, surgiram os PEC e as cativações para todos os ministérios.
O primeiro-ministro interveio pessoalmente para retirar a cativação ao MC.”
“Mais do que falta de verbas”, diz Canavilhas, “a Cultura tem sofrido com as constantes mudanças de ministros – nunca nenhum esteve mais do que dois anos no cargo, desde os cinco anos de Carrilho, que terminaram em 2000”.

E, alerta, falar em ministério ou secretaria de Estado “não é uma questão de palavras, é muito mais do que isso”. “Se é uma questão de palavras,
Alexandra Prado Coelho por que não reduzir a secretaria o Ministério da Justiça, da Saúde, da Economia?”

Referindo-se a declarações de Canavilhas,Viegas afirma que “falar em retrocesso civilizacional é um absurdo”. “Retrocesso tem sido o MC ser uma espécie de ministério
das Finanças da Cultura, embrulhado em contas de que acaba por não dar conta”. Libertar peso “Uma das coisas fundamentais é libertar a cultura do peso excessivo dos
decisores do Estado”, diz o candidato do PSD.

O programa do CDS para a Cultura também não defi ne claramente um tipo de estrutura. “Foca-se em coisas mais importantes do que saber se haverá
uma ministra na próxima legislatura”, diz Diogo Belford Henriques.

No último congresso, o CDS admitiu a hipótese de haver um secretário de
Estado para a Cultura, precisamente “por se tratar de uma área transversal”, mas uma decisão fi nal “depende da estrutura do Governo”.

Tanto o PCP como o Bloco de Esquerda defendem a manutenção do Ministério da Cultura, mas não no seu modelo actual. “Que o PSD queira fazer retroceder o Ministério da Cultura para o nível de Secretaria de Estado é coerente com a subalternização da Cultura que é característica da direita”, respondeu por email o Gabinete de Imprensa do PCP. Mas o partido critica também “o processo de desresponsabilização do Estado e de esvaziamento do MC ao longo da última década, linha que teve a sua expressão mais violenta nos orçamentos de miséria dos governos Sócrates”.

O que mais preocupa Catarina Martins, do Bloco, é o argumento de que “o MC tem tão pouco dinheiro que mais vale ser secretaria de Estado”.
Isso, diz, seria “fazê-lo perder ainda mais influência e orçamento”. Um verdadeiro MC, para o Bloco, não deveria continuar a ter “uma política de príncipe,distribuindo dinheiro”, mas sim “uma verdadeira política de serviço público, que garanta o acesso das pessoas à cultura.”

Alexandra Prado Coelho
com Lucinda Canelas e Nuno Simas

terça-feira, 24 de maio de 2011

Beatices


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Avanti Tutti !


Obama defende Palestina desmilitarizada com fronteiras 1967

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu hoje que as fronteiras de Israel e de um futuro Estado palestiniano devem basear-se nas de 1967 e que a Palestina independente não deve ser militarizada.
“As fronteiras de Israel e da Palestina devem basear-se nas delimitações de 1967 com mudanças apenas se as duas partes estiverem de acordo para garantir que haverá fronteiras seguras e reconhecidas pelos dois Estados", defendeu Obama num discurso sobre o Médio Oriente, feito a partir do Departamento de Estado. "A retirada completa e gradual das forças militares israelitas deve ser coordenada com a ideia de responsabilidade de segurança palestiniana num Estado soberano e não militarizado”, afirmou ainda o presidente. link

Será, porventura, a mais profunda inflexão da política externa americana para o Médio Oriente. Mas tal facto não é premonitório de uma Paz ao alcance da mão.
Faltam limar muitas arestas. Uma delas é a tal ideia de “responsabilidade de segurança palestiniana num estado soberano e não militarizado”. Na verdade, não parece fácil entender-se a segurança de um Estado Palestino sem que existe um espaço global desmilitarizado. Isto é, a desmilitarização não deve incidir só sobre a Palestina mas sim abarcar toda esta martirizada região. Israel, nome da sua segurança, dificilmente aceitará esta condição. Por outro lado, o reconhecimento de um Estado Palestino soberano implica reciprocidade, ou seja, a aceitação, por parte do Hamas, do Estado de Israel.

A implementação da resolução 242 da ONU (1967 borders) remetendo a delimitação dos dois Estados para as fronteiras de 1967 é um recuo americano para posições mais consentâneas com as perturbações históricas desta região e de certa maneira “apaga” anteriores decisões onde a Administração americana esteve envolvida [Camp David, 1978 e Oslo, 2001]. Israel dificilmente aceitará esta proposta de delimitação. Ela significa para os israelitas ignorar a “Guerra dos Seis Dias”, um marco do conflito israelo-palestino e a base de toda a política de "ocupação" do território realizada por Telaviv, nos últimos 50 anos.

Por outro lado, a delimitação de 1967 representa também um problema territorial para os palestinos - persiste o "problema" de Jerusalém - já que o mapa menos polémico seria o de 1946/47.

Há muito por fazer no conflito israelo-palestino. Seria, contudo, displicente ignorar que, ontem, Obama, deu importantes passos no sentido da Paz.

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu hoje que as fronteiras de Israel e de um futuro Estado palestiniano devem basear-se nas de 1967 e que a Palestina independente não deve ser militarizada.
“As fronteiras de Israel e da Palestina devem basear-se nas delimitações de 1967 com mudanças apenas se as duas partes estiverem de acordo para garantir que haverá fronteiras seguras e reconhecidas pelos dois Estados", defendeu Obama num discurso sobre o Médio Oriente, feito a partir do Departamento de Estado. "A retirada completa e gradual das forças militares israelitas deve ser coordenada com a ideia de responsabilidade de segurança palestiniana num Estado soberano e não militarizado”, afirmou ainda o presidente. link

Será, porventura, a mais profunda inflexão da política externa americana para o Médio Oriente. Mas tal facto não é premonitório de uma Paz ao alcance da mão.
Faltam limar muitas arestas. Uma delas é a tal ideia de “responsabilidade de segurança palestiniana num estado soberano e não militarizado”. Na verdade, não parece fácil entender-se a segurança de um Estado Palestino sem que existe um espaço global desmilitarizado. Isto é, a desmilitarização não deve incidir só sobre a Palestina mas sim abarcar toda esta martirizada região. Israel, nome da sua segurança, dificilmente aceitará esta condição. Por outro lado, o reconhecimento de um Estado Palestino soberano implica reciprocidade, ou seja, a aceitação, por parte do Hamas, do Estado de Israel.

A implementação da resolução 242 da ONU (1967 borders) remetendo a delimitação dos dois Estados para as fronteiras de 1967 é um recuo americano para posições mais consentâneas com as perturbações históricas desta região e de certa maneira “apaga” anteriores decisões onde a Administração americana esteve envolvida [Camp David, 1978 e Oslo, 2001]. Israel dificilmente aceitará esta proposta de delimitação. Ela significa para os israelitas ignorar a “Guerra dos Seis Dias”, um marco do conflito israelo-palestino e a base de toda a política de "ocupação" do território realizada por Telaviv, nos últimos 50 anos.

Por outro lado, a delimitação de 1967 representa também um problema territorial para os palestinos - persiste o "problema" de Jerusalém - já que o mapa menos polémico seria o de 1946/47.

Há muito por fazer no conflito israelo-palestino. Seria, contudo, displicente ignorar que, ontem, Obama, deu importantes passos no sentido da Paz.

posted by e-pá!
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XENOFOBIA



A sátira da participação de imigrantes na campanha eleitoral nos limites da xenofobia

Vieram a público, neste fim-de-semana, várias “peças jornalísticas” que procuraram fazer uma sátira pelo facto de um grupo de imigrantes ter participado em comícios eleitorais de um determinado partido político.


As “representações sociais” implícitas e promovidas nessas “peças” passavam pela caracterização do Imigrante como uma pessoa que:

- não teria qualquer interesse na política e que se deixou instrumentalizar, mais exactamente deixou-se “comprar” por um prato de lentilhas, digo, por uma sandes de queijo (de fiambre não deveria ser, porque muitos poderiam ser muçulmanos…);
- ou como uma pessoa sem liberdade e sem capacidade de autodeterminação e que estaria ali a mando de outrem apenas para abanar bandeiras e encher espaço, mas mais uma vez o jornalista – desapontado – não conseguiu provar que aqueles “mercenários” houvessem sido pagos por tal serviço (à excepção da já famosa viagem de autocarro e da sandes…).

Ora estas “reportagens” estão imbuídas de preconceitos e roçam a xenofobia.
O preconceito de que o imigrante apenas participa na política por interesses venais (a sandes, a viagem de autocarro);
O preconceito de que o imigrante, não tendo direito a voto, não deveria ter o direito de participar no debate político. No fundo: eles estão cá para trabalhar e não para participar na coisa pública.

Claro que os repórteres tiveram o cuidado de aprimorar a sátira e procuraram filmar e entrevistar a caricatura mais populista: o indiano de turbante e o moçambicano com difícil dicção, carecendo de legendagem.
Fora este um jantar-debate com investidores americanos ou alemães; ou um chá no clube de golfe inglês de Cascais e já o efeito burlesco perante a audiência não funcionaria.

A maioria da população portuguesa arreganha um sorriso pérfido perante estas “peças” e abanando os ombros limita-se a cochichar que o partido que promove este tipo de participação instrumentaliza as pessoas. Fosse este partido um outro, por exemplo de extrema-esquerda e muito focado nos direitos dos imigrantes e já a imagem de instrumentalização não passava. Fossem estes imigrantes outros, por exemplo financiadores de órgãos de comunicação social, num hotel de 5 estrelas, e já a sátira não funcionava.

O ponto é que o partido que promoveu esta participação de imigrantes tem razão para o fazer! Como aliás disseram os imigrantes entrevistados, eles têm razões de agrado pelas políticas de imigração defendidas e praticadas pelo PS e por José Sócrates. Os Relatórios da ONU aí estão a comprovar que Portugal tem das melhores políticas de integração de imigrantes.

Recordo ainda que nas juventudes partidárias militam jovens sem idade para votar e que ao longo de 37 anos abanaram bandeiras e colaram cartazes, sem que a falta de capacidade eleitoral fosse razão para satirizar ou inibir o seu direito de participar no debate cívico e político!

Proponho aliás que os imigrantes tenham o direito de voto e mesmo que haja uma presença obrigatória de deputados imigrantes no Parlamento, através da criação de um círculo eleitoral para esta população (claro que isto só seria possível através de uma revisão constitucional).

Talvez isso não interesse. Talvez a comunicação social deva ir a reboque dos critérios do Correio da Manhã e inundar as nossas mentes de representações sociais e culturais próximas da xenofobia, promovendo o desdém, o apoucamento e a infantilização do cidadão imigrante!


André Gonçalo Dias Pereira
Coimbra, 23 de Maio de 2011

Paga e não bufa...

Alternancias...

sábado, 21 de maio de 2011

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O Valioso Tempo dos Maduros

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.

As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.

Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo secretário geral do coral.

‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’.

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena.

E para mim, basta o essencial.

*(atribuído a Mário de Andrade)*

Catroga Mix

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sonhos de freira...

Nossa senhora !!!



(Escultura da Atlantis - Peça de cristal)
http://srbolinha.blogspot.com

Triste mania...

Uma triste mania portuguesa

Quando um jovem leão consegue expulsar o leão dominante logo de seguida mata as crias destes, desta forma acelera o cio nas leoas e assegura a continuidade dos seus genes. Em Portugal sucede mais ou menos o mesmo nalgumas empresas, no Estado ou nos governos, os recém vencedores começam por desfazer o trabalho dos antecessores, os governos poem fim aos projectos dos antecessores, os novos chefes abandonam o trabalho que está a meio. A melhor forma de anunciar um país novo é destruindo o velho, é uma solução recorrente dos países comunistas, Pol Pot levou a tese a extremos e decidiu matar o povo para que dos seus cadáveres surgisse um novo povo.


Pedro Passos Coelho tem-nos dado muitos exemplos deste comportamento, é o que está a fazer com as Novas Oportunidades. Há algum tempo perguntava a uma empregada de um café onde habitualmente tomo a bica como tinha passado o fim de semana, respondeu-me que a estudar porque estava nas Novas Oportunidades, estava toda contente por ter voltado a estudar. O mesmo sucedeu com outras pessoas e muitas outras teriam aderido se existissem cursos. Apenas conheço o programa pelos testemunhos de quem por lá passou ou de empresários que vieram a público elogiá-lo. Sei agora que até tem uma auditoria externa da responsabilidade da Universidade Católica e conduzida por Roberto Carneiro. Ao que parece o líder do PSD também só o soube ao mesmo tempo que eu, depois de a ter exigido para insinuar que era uma total bandalhice. Outros exemplos desta estratégia idiota foi a tentativa de suspensão da avaliação dos professores, a suspensão do novo Código Contributivo, os ataques ao encerramento de escolas sem condições ou de centros de saúde inúteis.


Quem aderiu às Novas Oportunidades são pessoas que, por exemplo, abandonaram a escola no 7.º ou 8.º ano e agora pretendem concluir o 9.º, muitas vezes nem esperam mudar de emprego, ainda que a melhoria da situação profissional esteja certamente no seu horizonte, situação ainda mais frequente quando são empregados de empresas que promoveram o programa. Muitas vezes fazem-no por orgulho próprio, para darem o exemplo aos filhos e ainda não conheci ninguém que tenha aderido em função de eventuais facilitismos.


Da mesma forma que se recusa a qualquer negociação com Sócrates como se fosse o diabo, quando se sabe que foi o líder do PSD que se portou mal quando discutiu o PEC IV, o líder do PSD considera que tudo o que Sócrates fez foi mal feito e é para destruir ou, quando percebe que há muitas opiniões positivas, para rever, parece que um seu governo dedicaria uma boa parte do esforço ao exorcismo socrático. Tudo parece ter sido mal feito e é a sua equipa de assessores estarolas que vai endireitar o país.


Esta é uma postura criminosa, num país na situação difícil em que está Portugal, os governos não devem servir para exorcismos e os políticos devem ter a coragem de reconhecer o que está bem feito, nada os impedindo de melhorar. Mas destruir, não!


É por estas e por outras que não confio em Pedro Passos Coelho nem vejo nele as qualidades exigidas para governar um país e muito menos quando esse país enfrenta uma crise internacional e se encontra fragilizado por uma crise financeira interna que foi agravada pela irresponsabilidade de políticos gulosos.

Um político incapaz de reconhecer uma única obra positiva do seu adversário é um político cego, incapaz de perceber que acima das suas ambições pessoais, dos negócios que fez com os lóbis que o apoiam, da fome de tacho dos seus assessores, está o interesse do país.

Publicada por Jumento

Simpàtico qb...


PPC só com metade do tempo dos outros, não admira.

Não admira que o Pedro Passos Coelho, coitado, tenha as sondagens a irem pelo cano abaixo. Pois ele tem só metade do tempo de campanha dos outros!
Como assim?

É que a cada dia em que apresenta uma medida do programa, ou uma boa ideia, perde logo o dia seguinte a emendar, a explicar melhor ou a dizer que vai alterar. É que não deixam passar nada.

Aquele frente a frente como o Louçã foi mesmo de encavacar. Parecia o professor e o puto com a lição mal estudada.
Até tenho pena porque ele é, assim, simpático. Mas no Governo, mesmo com mar chão, seria um desastre. Agora assim com mar encapelado, valha-nos Deus, é um perigo.

# posted by Raimundo Narciso
http://puxapalavra.blogspot.com/

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O(r)questrada

Eleição Emigração 2009 (1)


Nunca concordei com a divisão dos círculos da emigração em dois (europa e resto do mundo).


Conheço os fundamentos que se apresentam para justificar a existência de dois círculos de emigração mas nenhum desses argumentos é, a meu ver, suficiente para justificar tal separação. Faria assim muito mais sentido um círculo único da emigração como aliás acontece com vários países.

Mas se em termos conceptuais a divisão é discutível, na prática os resultados que o sistema permite são absurdos.
O PS obteve 9135 votos de emigrantes e elegeu apenas um deputado e o PSD somou 8706 votos e elegeu três deputados.

Com o resultado nacional, a eleições destes 3 deputados pelo PSD acaba por não ser relevante, mas imaginem que os resultados do PSD e do PS no território nacional eram próximos. Como é poderíamos conviver com uma solução em que o desempate nos era dado pelos votos da emigração onde, não obstante o PSD ter tido menos cerca de 400 votos elege o triplo dos deputados ?

por Pedro Pestana Bastos
http://cachimbodemagritte.com/2009/10/?page=8

domingo, 15 de maio de 2011

José Mário Branco

Passos a passo...


Eu vim de longe, eu vou p’ra longe…

“Votámos contra o PEC porque não foi tão longe quanto devia” declarou
Passos Coelho à agência Reuters em 28/03/2011… link

Passos Coelho, esta quinta-feira, num encontro com jornalistas na embaixada portuguesa em Londres, manifestou o seu "total comprometimento com os compromissos e os objectivos" que estão incluídos no memorando de entendimento onde está definido o processo de ajuda externa a Portugal. link

Entretanto, mesmo perante o “doloroso” relatório da troika, Passos Coelho acha que é possível ir mais longe. E, ultrapassando a troika pela direita baixa, acrescenta (ainda) a privatização (parcial) da Caixa Geral de Depósitos e Águas de Portugal… link

Segue-se a canção:

Quando o avião aqui chegou
Quando o mês de maio começou
Eu olhei para ti
Então entendi
Foi um sonho mau que já passou
Foi um mau bocado que acabou

Tinha esta viola numa mão
Uma flor vermelha na outra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a fronteira me abraçou
Foi esta bagagem que encontrou

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
Pra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

E então olhei à minha volta
Vi tanta esperança andar à solta
Que não hesitei
E os hinos cantei
Foram feitos do meu coração
Feitos de alegria e de paixão

Quando a nossa festa se estragou
E o mês de Novembro se vingou
Eu olhei pra ti
E então entendi
Foi um sonho lindo que acabou
Houve aqui alguém que se enganou

Tinha esta viola numa mão
Coisas começadas noutra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a espingarda se virou
Foi pra esta força que apontou

E então olhei à minha volta
Vi tanta mentira andar à solta
Que me perguntei
Se os hinos que cantei
Eram só promessas e ilusões
Que nunca passaram de canções

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

Quando eu finalmente eu quis saber
Se ainda vale a pena tanto crer
Eu olhei para ti
Então eu entendi
É um lindo sonho para viver
Quando toda a gente assim quiser

Tenho esta viola numa mão
Tenho a minha vida noutra mão
Tenho um grande amor
Marcado pela dor
E sempre que Abril aqui passar
Dou-lhe este farnel para o ajudar

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou p´ra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

E agora eu olho à minha volta
Vejo tanta raiva andar a solta
Que já não hesito
Os hinos que repito
São a parte que eu posso prever
Do que a minha gente vai fazer

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei prá aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

José Mário Branco

posted by e-pá!
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terça-feira, 10 de maio de 2011

Sem peneiras

Pelintras

Depois de o primeiro ministro José Socrates ter anunciado o pedido de ajuda, o país ficou suspenso.

A expectativa era grande, os media anunciavam á exaustão a chegada eminente do FMI.

Eis que na segunda-feira os homens desembarcam na Portela.

Cercados de jornalistas os FMIs (com ar de quem tinha viajado em turística) avançam rapidamente para a saída e apanham ....o primeiro taxi. ???

O País ficou estupefacto. É conhecido o caso de um reformado que quase sufocou ao engolir abruptamente um ovo cozido quando acompanhava o directo na SIC Notícias.

Os gajos foram de taxi ?????

Nem chauffeur nem limusina, nada, niente ....Taxi!

Portugal pode estar á rasca, mas aqui qualquer quarto secretário de estado tem pelo menos um carro com dois chauffeurs ao dispor, isto para não falar no primeiro ministro que tem 10 chauffers e N carros, o ultimo dos quais é este chiquérrimo Audi A8 com corninhos luminosos.

A surpresa não ficou por aqui.

No dia seguinte os camones foram a butes do hotel até ao Ministério. What??? Então e os carros de vidros escuros, batedores da PSP a cortar o trânsito, a algazarra típica e tão nossa característica, aquele colorido que dá vida à nossa cidade e que tão bem foi copiado pelo pessoal lá do Gabão?

Enfim, esquisito. Só há uma explicação: os gajos, coitados, apreciam o sol, só pode.

E chegaram às 9h??? Mas será que o grau de (sub) desenvolvimento deles ainda não os permitiu descobrir que antes das 10:30 não se trabalha? Coitados…!

Mas o pior ainda estava para vir. Então não é que eles não almoçam, trocando-o por uma coisa a que chamam sandes?????? Espera aí, então não é durante o almoço bem regado no Aviz ou Gambrinos que se trabalha e se tomam as decisões mais importantes? Vê-se logo que daqui não vai sair nada de bom…! Estamos desgraçados!

Só nos faltava mais esta... Cambada de ignorantes incompetentes!

Manuel Andrade
(Chauffer n° 10 com formação específica em Audi A8)

Por @ de mão amiga.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

terça-feira, 3 de maio de 2011

Entretenimento & pano para mangas

Aprende a nadar "companheiro"

Os intelectuais da nossa praça andam muito preocupados com a viagem maritima de bang laden. Ao que parece o homem não teve os salamaleques e as honras previstas nos "canones" do islão.

Dizem os nossos cérebros, que bang laden, teria de ser sepultado segundo o ritual muçulmano.

Devo reconhecer que bang laden sempre respeitou os "camones" e beatices das suas vitimas, no entanto, parece-me que não é caso para tanta gritaria. Quanto muito, os nossos intelectuais deveriam tratar simplesmente o homem de FDP e acompanharem o corpo ao som do "Aprende a nadar companheiro" do nosso ilustre Sérgio Godinho, em vez de se andarem a masturbar intelectualmente e a foderem-nos a cabeça.

zézen.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Oh tempo, volta pra trás...

A falta que um tribunal plenário faz
• João Pinto e Castro, Já são gaffes a mais:

‘Catroga quer que o governo seja levado a tribunal - um claro progresso em relação à ideia de suspender a democracia por seis meses, visto que o julgamento dos políticos equivaleria a cancelar a democracia liberal de uma vez por todas.

Esta ideia de colocar sob a alçada do poder judicial as ideias políticas que nos incomodam chama-se ditadura e já foi experimentada entre nós quando Catroga era um pouquinho mais novo - admitindo que uma pessoa com o perfil psicológico dele alguma vez tenha sido nova.

Acho que é altura de que quem no PSD se choca com estas coisas venha a público questionar as repetidas declarações de dirigentes do seu partido que de uma forma ou de outra evidenciam falta de cultura democrática.

É que não estamos a falar de Miguel Relvas, Marco António ou Alberto João Jardim, mas de Eduardo Catroga e Manuela Ferreira Leite. Mais respeitável que eles, ao que nos dizem, não há.

Vamos continuar a fingir que se trata de gaffes de tontos que não sabem o que dizem ou deveremos antes concluir que, de facto, prefeririam viver numa sociedade em que para as suas políticas prediletas triunfarem não tivessem que submeter-se ao sufrágio popular?’

Publicado por Miguel Abrantes
http://corporacoes.blogspot.com/

Podia ter acontecido

Beato qb


posted by Luis Grave Rodrigues
http://rprecision.blogspot.com/

Nebuloso e opaco


"Mais Sociedade" ou o nebuloso reino da opacidade…

Na sua intervenção, António Carrapatoso disse saber que realizar o "Mais Sociedade" implicava "correr alguns riscos, numa sociedade tão pouco habituada a ouvir vozes independentes e a dar espaço à opinião qualificada". link

Bem. Deixemo-nos de chicanas políticas. Os portugueses estão deprimidos pela crise mas não perderam o discernimento. O País entendeu o que foi o grupo de reflexão “Mais Sociedade” como já tinha entendido o predecessor “Compromisso Portugal”.

É mais honesto chamar as coisas pelos seus nomes: "Mais Sociedade" foi um fórum de ideias e conceitos neoliberais encomendado PSD. Que aconteceu aqui e agora para chegar a tempo de incorporar um programa eleitoral partidário [do PSD] para as próximas eleições de 5 de Junho...

As vozes que aí se ouviram não são independentes, nem transparentes.
Qualificadas terão sido. Foram, de facto, as vozes das marionetes de uma picaresca feira do neoliberalismo. Trazem essa indelével marca.

Riscos também não correram. Esses, estes proficuos "pensadores" atiraram para cima da sociedade. Por isso querem mais [sociedade e protagonismo]. Para encaixarem lá toda a pesporrência aí produzida!

posted by e-pá!
http://ponteeuropa.blogspot.com/