quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Pedro Barroso

Ricochetes


Aos tiros na OCDE

A OCDE é uma das mais prestigiadas organizações internacionais.
Reúne os países mais desenvolvidos do mundo, dos pontos de vista económico e político.

Os seus relatórios, sobre todas as matérias, são instrumentos de referência para os estudiosos, os homens de negócios e os políticos.
Até pela sua composição, integrando países muito diversos (em dimensão e história, por exemplo), mas todos eles com altos padrões de desenvolvimento, a OCDE é uma das organizações mais neutrais a nível internacional.
Portugal é um dos membros fundadores da OCDE.

Como se explica, então, como este PSD, pela voz de um dos mais conhecidos rostos desta liderança, alegadamente candidato a um posto ministerial de topo, venha desferir um ataque tão descabelado àquela organização e a quem a representa institucionalmente?

A surpresa não é total - pelo menos para quem acompanha blogues e o Twitter - mas que um PSD em desnorte político enverede pela canelada rasteira a organizações internacionais prestigiadas atira o País para um patamar até aqui inimaginável.

Publicado por João Magalhães
http://corporacoes.blogspot.com/

Papel de péssima qualidade

Santos & PEC' adores...



Quantos PEC's ainda nos esperam?

Recuando na história recente do período democrático pós 25 de Abril, já tivemos dias negros como o de hoje, quase sempre ou sempre pela mão de governos PS.

Hoje, foram anunciadas medidas de uma dureza extrema. Afinal não há que temer o FMI, que provavelmente nem exigiria medidas tão duras. Afinal há um FMI nacional.

Mas aqui há um grande problema de fundo muito grave.

O governo actual está descredibilizado, pois já apresentou um PEC1 dizendo que bastava para resolver a questão do défice. Passados poucos meses, apresenta um PEC2 com o apoio do PSD já bastante duro e esse então resolveria os problemas presentes e futuros do País. E hoje, nem passaram 4 meses, de forma dramatizada vem com um PEC3 de dureza extrema.

Pergunta-se: o que falhou para que o PEC2 "tão suficiente" não tenha dado os resultados previstos e exija um outro PEC3?

Sobre isto o governo disse zero. Fez mal porque deixa em aberto o problema da credibilidade interna e externa.

Deixa em aberto que o desempenho do governo aponta para uma grande incapacidade de resposta a estas questões. Deixa em aberto que teve um comportamento laxista não controlando a despesa e fez disparar incertezas nos mercados quanto à capacidade e vontade do governo em montar os instrumentos para cumprir as metas que ele próprio define.

Esse problema está de pé. O governo não está a provar que sabe governar para atingir as metas.

# posted by Joao Abel de Freitas
http://puxapalavra.blogspot.com/

Recados e pressões


Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico...

O pacote que a OCDE veio anunciar a Portugal - independentemente do mérito ou demérito das propostas - é uma intolerável ingerência na política nacional.

As propostas apresentadas em Lisboa pelo secretário-geral da organização Angel Gurría ao Ministro Teixeira dos Santos dificilmente são enquadráveis nos objectivos desta organização internacional: apoiar um crescimento económico duradouro; desenvolver o emprego; elevar o nível de vida; manter a estabilidade financeira; ajudar os outros países a desenvolverem as suas economias e contribuir para o crescimento do comércio mundial.

Na realidade, o País - desde já sujeito ao "visto prévio" de Bruxelas nas questões orçamentais - não pode andar a reboque de soluções que surgem, aos trambolhões, de todo o lado.

A concertação económica e financeira a que estamos organicamente ligados dizem respeito a uma coordenação das políticas no espaço europeu e as medidas devem surgir desse contexto. E mesmo assim é questinável se já não abdicamos de uma fatia da nossa soberania.

A desfaçateza com que Angel Gurría analisou a situação portuguesa só aparece a público porque para além da debilidade financeira e económica que se instalou no País em que vivemos uma preocupante fragilidade política [neste momento em franca evolução].
Ninguém está a ver Angel Gurría dirigir-se nestes termos a outros Países europeus mesmo tendo em conta as discrepâncias das situações financeiras e económicas no seio daUE.

Não podemos sair da crise em que estamos ajoelhados, de cócoras. Precisamos de ajuda, mas não precisamos de intromissões paternalistas, de guias "espitituais", como se estivessemos perdidos no deserto [...do nosso desassossego]. Estamos integrados num amplo espaço político, económico e monetário...e, apesar da "mundialização", as soluções devem ser encontradas aí.

Ao aceitarmos acriticamente as "recomendações" da OCDE, iniciaremos uma deriva política, hipotecaremos [ainda mais] a capacidade de definir as nossas soluções , i. e., ficaremos de mãos atadas, vogando ao sabor das regras da economia livre de mercado um dos princípios fundamentais que informa a OCDE. Princípio que terá agudizado a actual crise e sobre o qual nunca ouvimos qualquer retratação.

Ao conformarmo-nos com esta metodologia o melhor será ficarmos à espera da opinião do FMI, do Banco Mundial, etc.

Sem querer pugnar por soluções nacionalistas, ou enfatizar questões identitárias, julgo ser necessário salvaguardar um mínimo de autonomia.
A análise da situação portuguesa feita pela OCDE - que integramos - poderia ter sido fornecida, oportunamente, ao Governo português através dos canais institucionais ou publicada nos seus Boletins.

A sessão pública foi uma afronta e uma intolerável pressão política [nas vésperas da apresentação do OGE de 2011].

posted by e-pá!
http://ponteeuropa.blogspot.com/

Capangas de maomé


A pena de morte, a religião e Sakineh

A pena de morte é uma crueldade vergonhosa para os países que a aplicam e que faria tremer a mão do juiz que a assina se não juntasse à ausência de sentimentos humanos a amnésia perante os erros judiciários amplamente comprovados.

Esta impiedade que vigora em numerosos Estados dos EUA, com particular relevo para o Texas, é uma afronta para o humanismo que presidiu à fundação do grande país, um insulto a quem fugiu das guerras religiosas com que o cristianismo quis impor a vontade divina domiciliada no Vaticano.

Quanto mais arreigadas estão as crenças mais bárbaras se tornam as condenações. Nas teocracias a crueldade só rivaliza com a discricionariedade das acusações e a ausência de meios de defesa. É o caso do Irão onde as tradições persas se perderam no pesadelo de uma teocracia xiita.

Face à pressão internacional, foi suspensa a lapidação de Sakineh Mohamadi Ashtiani, a que estava sentenciada por adultério, para ser condenada à forca, por cumplicidade na morte do marido. Se a pressão se mantiver poderá vir a ser decapitada por urinar virada para Meca, depois de ter sofrido 99 chicotadas por eventualmente ter pedido água a um guarda, em pleno dia, da escuridão da cela, durante o Ramadão.

O caso de Sakineh tornou-se uma bandeira que esconde os crimes impunes dos sistemas totalitários, mas não devemos deixar de usá-la. Sem a denúncia, por Voltaire, da tortura a que foi submetido Jean Calas ou da farsa do caso Dreyfus, por Emile Zola, teria ficado esquecido o martírio do primeiro e jamais teria sido reabilitado o capitão Dreyfus.

Quando à arbitrariedade do poder totalitário se junta a maldição da fé, a crença de que um deus qualquer abomina o adultério, a carne de porco, o trabalho no sétimo dia ou outra tolice, sofrem-se as maiores abjecções protegidas pela vontade divina.

Como escreveu Steven Weinberg, Nobel da Física: «…com ou sem ela [religião] haveria sempre gente boa a fazer o bem e gente má a fazer o mal, mas é precisa a religião para pôr gente boa a fazer o mal». Ou, como dizia Pascal: «Os homens nunca fazem o mal tão completa e alegremente como quando o fazem por convicção religiosa».

posted by Carlos Esperança
Ponte Europa / Sorumbático

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Bruxelas (2)

"Não gosto dos ciganos"



PARA A MINHA QUERIDA RAQUEL, companheira de aventuras
Hoje não te quero falar de aventuras, de acampamentos, de caminhadas,
de lagoas, de paisagens, de rios de águas quentes…
Hoje vou falar-te de pessoas, de povos, dos povos que povoaram e povoam o nosso país .

A origem dos povos é um assunto interessante, mas às vezes difícil de entender.
Nós, os Portugueses, quem somos ? De onde viemos? Que outros povos nos criaram?

Portugal e Espanha formam a Península Ibérica . Chama-se assim porque era habitada por um povo de guerreiros chamados Iberos .
Além dos Iberos, em Portugal havia também uma tribo de homens valentes e corajosos chamados os Lusitanos . Estes eram os povos que habitavam o nosso país .

Veio depois um povo de Itália – os Romanos – que nos atacou . Os Lusitanos lutaram ferozmente contra eles mas perderam : o exército romano era mais forte e venceu. Os Romanos ficaram aqui anos e anos … Depois, muitos anos passados, vieram outros povos – os Visigodos e os Celtas . E por cá ficaram …

Todos estes povos trouxeram coisas novas que nos ensinaram.
Os Romanos trouxeram-nos a língua deles, o Latim. O português que nós falamos vem do Latim . Ensinaram-nos a fazer estradas e construir pontes : ainda hoje existem em Portugal muitas pontes e estradas desse tempo .

Os Visigodos construíram aqui lindas igrejas . Já não há muitas para se ver … Os Celtas eram grandes artistas e artesãos : faziam ricas peças em ouro e cantavam e tocavam músicas divinas . Muitos temas de origem celta são cantados ainda hoje pelo nosso povo…

Mais tarde vieram os Árabes. Estes ensinaram-nos muitas coisas.
Plantaram aqui laranjeiras e limoeiros…Ensinaram-nos até a regar as plantas. Fizeram escolas de filosofia e medicina… Eram grandes poetas, cantores e instrumentistas.

O adufe é um instrumento árabe e o fado - que é uma canção só cantada em Portugal é também de origem árabe. Mesmo muitas palavras - como Algarve, azeite - são de origem árabe.

Todos os povos que aqui passaram trouxeram coisas novas, ensinaram-nos novas técnicas, deixaram-nos a sua língua … Aprendemos muito com eles . Mas eles também levaram daqui coisas que aprenderam conosco .

Porém, do que te queria falar, não era destes povos . Quando estudares história, verás como é lindo saber como surgiram estes povos e como são diferentes entre si .

Hoje queria falar-te doutro povo : os Ciganos.
E por quê ? Porque outro dia me disseste uma coisa : “ Não gosto dos ciganos”.
E isso deixou-me triste e a pensar … a pensar que a minha neta não gosta dos ciganos
porque não sabe quem eles são, de onde vieram …

Vou-te contar a história deles …
Sabias que eles também têm uma bandeira ? Aí tens a imagem .
Já vais perceber porque é que o símbolo principal é uma roda .
E têm uma língua própria : o romani, embora muitos já não a falem .

Os Ciganos vieram da Índia . Como muitos outros povos, vieram à procura de novas oportunidades, de novas relações, de novas culturas… Houve muitos que foram perseguidos e por isso fugiram do seu país.

Por volta do séc. XI, saíram da Índia e começaram a viajar para o Ocidente.
Chegaram ao Irão, Palestina , Turquia e no séc. XII já tinham chegado à Europa.
Terão chegado a Portugal e Espanha no fim do séc. XV.

Estes povos são chamados povos “nómadas”. O que é isto ?
São povos que não têm casa fixa, como nós. Como não têm casa, estão sempre a
viajar e assim passam de país para país … Viajam, como muitos ainda hoje fazem, em carroças, puxadas por cavalos… Percebes agora porque o símbolo da bandeira é uma roda …

Nelas trazem tudo o que têm : panelas, roupas, os filhos… Nem sempre estas viagens corriam bem, nem sempre eram bem recebidos pelos outros povos…

Em muitos países foram mesmo perseguidos, mortos e expulsos… Diziam estes povos que os Ciganos roubavam e vendiam o que roubavam.
Também os acusavam de rogar pragas e ler a sina… De facto, os Ciganos dedicavam-se a comprar e vender cavalos, faziam cestos de vime e artigos de latoaria …

São povos muito pobres, viviam a mendigar, não iam à escola…
Os Ciganos mais velhos não sabem ler nem escrever. Mas as coisas estão a mudar…

Muitos Ciganos hoje já não andam de terra em terra, como antes… Como têm muito jeito para o comércio, os Ciganos andam de feira em feira a vender tecidos e sapatos … Já não andam de carroça. Hoje andam em carrinhas e muitos têm já casas onde morar.
Por isso, começaram a ver que era importante mandar os filhos para a escola.
Lá aprendem coisas novas e brincam com meninos não-ciganos… Mesmo assim, os pais ainda não deixam as meninas ciganas ir à escola…

Os Ciganos são um povo com muitas qualidades. São bons artistas : cantam e dançam muito bem . Os meninos aprendem a cantar e dançar desde pequenos… Têm muito jeito, como já te disse, para o comércio. Às vezes, como todos os comerciantes, também enganam as pessoas… São um povo muito unido e solidário : quando um deles está doente, vai a família toda visitá-lo e esperam à porta do hospital que ele fique curado… São amigos das pessoas que gostam deles… e têm um grande respeito pelas pes-
soas mais velhas da família.

É verdade que às vezes são um pouco agressivos e zangam-se; é verdade que às vezes não tomam banho e cheiram mal… Ainda não têm hábitos de limpeza, como nós…
Há ainda hoje muitos Portugueses que não tomam banho com frequência. Nem por isso deixamos de gostar deles .

Estou a terminar .
Gostaria que a partir de agora pensasses : a todos os povos podemos ensinar e com todos podemos muito aprender . SE SOMOS DIFERENTES, SOMOS MELHORES .

Texto de Abílio Machado
(enviado por um Amigo)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Dependência psd

Paula Rego

Bruxelas (1)


Austeridade: o exemplo de Bruxelas...

Estamos sob um severo escrutínio da Comissão Europeia, estamos sob o camartelo da Srª. Angel Merkel, estamos obrigados a submeter a "visto prévio" próximos orçamentos, estamos rigorosamente vigiados...

Mas a austeridade - no "espaço europeu" - não é um produto universal [muito menos equitativo]. Vejamos:

"D'anciens commissaires européens continuent de toucher des indemnités destinées à les aider à retrouver un emploi après la fin de leur mandat, alors même qu'ils ont déjà une autre activité salariée, rapporte le Financial Times Deutschland jeudi.

Au total, "dix-sept anciens responsables touchent encore des indemnités d'au moins 96 000 euros par an, bien qu'ils aient depuis longtemps un emploi de lobbyiste ou de politique"... le monde

As malhas que Bruxelas tece...

posted by e-pá!
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Toma e embrulha (3)


Resposta ao Deputado Francisco Assis
[Publicado por AG]

Respondi esta noite ao Deputado Francisco Assis, por quem tenho sinceramente muita estima e admiração, reforçadas desde que ambos integramos a delegação socialista portuguesa ao PE (2004-2009).
Aqui reproduzo a minha carta, por julgar que o que debatemos é útil ao esclarecimento político no PS e no país.


"Meu caro Francisco Assis,

Agradeço o seu email de ontem e tomo nota da sua reacção "directa e frontal", como sublinha e como eu aprecio. Reajo também, assim, aos dois erros que me aponta:

1. O de ordem factual:
Diz o Francisco que a decisão sobre o voto do Grupo Parlamentar do PS na passada 6a.feira foi tomada por si. Não duvido, não só porque o diz, mas por ser de esperar que o chefe do Grupo determine orientações de voto.
Como chega o chefe à decisão e como a consensualiza ou impõe, essas são outras questões, uma a montante, outra a juzante. E à questão a montante me referi eu, ao aludir a "ordens de cima".
Pode o Francisco garantir-me que não recebeu, antes de tomar a decisão de instruir a bancada como instruiu, nenhuma orientação de "instâncias governamentais" a recomendar-lhe que determinasse aquele mesmo sentido de voto?

2. Sobre o "direito de avaliar as decisões políticas a partir de um escrutíneo subjectivo de eventuais motivações subjacentes às mesmas".

O Francisco diz que eu o não tenho. Eu acho que tenho - faz parte do exercício da cidadania e até das minhas mais elementares responsabilidades, como deputada eleita. Então uma deputada, uma militante, uma cidadã, não tem o direito de buscar e compreender as motivações subjacentes (individuais ou colectivas) às decisões políticas tomadas pelo seu Partido? Não só tem o direito, como o dever.

E chocando tanto as motivações, como as decisões resultantes, julgo ter o direito, e o dever, de criticar. Em privado, no foro partidário, as mais das vezes, se for a tempo. Em público, quando as decisões políticas e respectivas motivações têm particular gravidade e inegável impacto público. E tiveram ambos, neste caso concreto, desde logo porque 15 deputados socialistas não puderam, em consciência, seguir as indicações de voto do PS e outros fizeram constar como se sentiam desconfortáveis. Tiveram gravidade e impacto, também, porque o posicionamento do PS na AR mostra descoordenação com o PS no Parlamento Europeu e contradiz a orientação do Grupo Político que o PS ali integra.

Mais relevante, ainda, é para mim a essência da posição tomada pelo PS: considero perigoso e contrário ao património do PS e aos interesses de Portugal que a bancada socialista se tenha dissociado de uma condenação na AR do Governo do Presidente Sarkozy (ou qualquer outro) por promover a expulsão colectiva de cidadãos europeus com base na etnia.

Não aceito o argumento da dignidade institucional do Parlamento: se se justificasse, a "real politik" caberia porventura ao Governo, não ao Parlamento. E qualquer jogada de "real politik" tem de conhecer limites morais e éticos.

Aqui teremos, também, perspectivas diferentes: o Francisco considera que "a confusão entre a decisão política e a proclamação moral" constitui lamentável erro e "empobrece a política e não protege a moral". Eu, pelo meu lado, não sei fazer política sem me determinar por considerações morais e éticas. A minha consciência política também é moral e ética. Na minha óptica, imperativos morais e éticos devem prevalecer sobre alianças políticas tácticas, sobretudo quando se opta entre protestar ou guardar silêncio perante um grave precedente de desrespeito pelo direito europeu que envolve violação dos direitos humanos. Essa vertigem da separação entre moral/ética e a política está a cavar, entendo eu, um cada vez maior fosso entre os cidadãos e os partidos políticos.

O Francisco Assis faz-me notar que actuou de acordo com a sua consciência. Tenho muita pena, é o que posso dizer. Tal não afecta, porém, a muita estima e admiração que tenho por si.
Aceite as cordiais saudações socialistas da Ana Gomes.

http://causa-nossa.blogspot.com/

Claro que vieram de cima (2)


Carta do Deputado Francisco Assis
[Publicado por AG]


Recebi ontem à noite do meu camarada Deputado Francisco Assis uma carta sobre o meu post "Socialismo, mas pouco...". Da mesma, esta manhã, já o DN transcrevia excertos. Aqui fica, pois, na íntegra:

Minha Cara Ana Gomes,

Li, há pouco, declarações suas a propósito de uma votação ocorrida na Assembleia da República, na passada 6ª feira, que merecem a minha reacção. Directa e frontal. Como é minha característica e julgo ser sua expectativa.
A Ana Gomes, como qualquer outro cidadão ou cidadã, tem todo o direito de criticar publicamente as orientações de voto do Grupo Parlamentar do PS na Assembleia da República.

O exercício de funções políticas não pode originar qualquer tipo de restrição à liberdade de expressão de quem quer que seja. E não vejo mal nenhum em que as divergências se assumam publicamente. Isso é, aliás, prática corrente num grande partido pluralista e democrático, como é o PS.

Julgo, porém, que o exercício de funções políticas obriga a uma preocupação adicional de rigor e seriedade. Isso faz parte do núcleo das nossas responsabilidades especiais.

E a Ana Gomes não respeitou essas obrigações. Cometeu dois erros que não posso deixar passar em claro.

Um de ordem factual: não é verdade que os deputados do PS tenham votado de acordo com orientações “vindas de cima”, para usar a sua expressão. A decisão foi tomada por mim e devidamente explicitada pela Deputada Maria de Belém Roseira. Tomei-a, na convicção de que a Assembleia da República não deveria aprovar aquele voto em concreto. Ao tomá-la agi de acordo com a minha consciência e entendendo que estava a preservar a dignidade institucional do Parlamento português, sem que daí se pudesse inferir qualquer apoio no Grupo Parlamentar do PS à política prosseguida pelo Presidente francês.

O segundo erro é igualmente grave. A Ana Gomes não tem o direito de avaliar as decisões políticas a partir de um escrutínio subjectivo de eventuais motivações subjacentes às mesmas. Quem lhe atribui o poder de determinar quem age segundo a sua consciência ou aviltando repelentemente a mesma? Que estranho demiurgo fez tal escolha? Com que legitimidade? Em função de que critérios?
A confusão entre a decisão política e a proclamação moral constitui um dos mais lamentáveis erros do nosso tempo. Com gravíssimas consequências. Empobrece a política e não protege a moral.

Minha Cara Ana Gomes aqui fica o meu reparo, que não diminui em nada a estima que lhe dedico e que, como sabe, é muita.

Francisco Assis

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Renovação tecnológica



Portugal Tecnológico
24 Setembro2010 | 12:03
Leonel Moura - leonel.moura@mail.telepac.pt

Está na moda criticar um tal "deslumbramento tecnológico" que estaria na base do discurso e de muitas iniciativas do atual governo e de alguns setores da nossa vida empresarial e coletiva.
Da distribuição de computadores nas escolas à generalização da Internet na administração pública, tudo serve para lançar alertas contra os malefícios deste alegado súbito fascínio pelo tecnológico.

Para começar, não é certo que exista realmente qualquer tipo de deslumbramento. Viver no nosso próprio tempo não é uma fantasia, mas um imperativo civilizacional. Eventualmente toma-se por deslumbre a adesão imediata a tanta novidade, ou, a insistência na necessidade de mais e mais inovação. Acontece que uma das características das novas tecnologias é precisamente a sua incessante mutação. Ou seja, trata-se de um tipo de conhecimento que só se realiza plenamente através da sua própria superação. Vide, por exemplo, os telemóveis que com uma velocidade vertiginosa passaram de telefone a computador e de computador a interface com múltiplas redes globais.

Por outro lado, estamos perante uma tecnologia que a cada passo abre caminho para um mundo inexplorado de novas possibilidades. Estar atualizado é, por isso, uma condição essencial para se conseguir produzir algo de significativo, ou pelo menos, se fazer parte da conversa. Não se trata de deslumbramento mas de sagacidade e inteligência.

É claro que muita gente se dá mal com esta nova condição tecnológica. Conservadores na política, sobretudo e estupidamente os de esquerda; intelectuais parados no tempo; gente da cultura decadente; meros reacionários de todo o tipo. Contudo, é duvidoso que o asco tecnológico que tanto alimentam possa dar qualquer contributo positivo. Uma reflexão séria sobre as novas tecnologias e os seus efeitos nas vidas e na sociedade só pode ser feita a partir do entendimento pleno dessas mesmas tecnologias. Não é o caso da maioria dos críticos.

Sucede que entretanto os cães ladram e a caravana passa. A Feira do Portugal Tecnológico, que se encontra atualmente na FIL, em Lisboa, é bem reveladora do muito que se tem conseguido fazer, não com deslumbramento, mas com ambição, empenho e conhecimento. O salto é impressionante. Em poucos anos Portugal, de país dependente das ideias dos outros, passou a ser capaz de se colocar na vanguarda da inovação tecnológica em muitas áreas.

Muitas das ideias, invenções e produtos apresentados nesta Feira são inovações em qualquer parte do mundo. A maioria tem, por isso mesmo, vocação global. São, aliás, processos que envolvem empresas, universidades, investigadores e, amiúde, indivíduos e grupos simplesmente com uma boa ideia. Não só portugueses mas em cooperação com parceiros de todo o planeta, pois não há outra forma de realmente inovar. O caldo heterogéneo e combinatório é essencial para a evolução tecnológica atual. Nesse sentido, estas tecnologias são um contributo decisivo para quebrar o isolamento e contrariar a visão nacionalista e fechada que desde Salazar continua a afetar alguma mentalidade local, à esquerda e à direita.

Mas é no plano económico que os efeitos positivos são mais evidentes. A crise que Portugal atravessa, sendo financeira, é sobretudo de modelo de desenvolvimento. A insistência nos velhos mecanismos produtivos já provou que gera mais falências do que riqueza. As dores de adaptação são intensas, mas incontornáveis. Muito do nosso tecido produtivo está obsoleto. Muitas das nossas empresas e atividades são francamente anacrónicas. Só a renovação tecnológica permitirá dar o salto.

Enfim, não se trata de ficar deslumbrado com as novas tecnologias, mas de perceber que elas representam uma oportunidade única de modernização do país e sua participação ativa no curso das coisas do mundo. Quanto mais tempo se gasta em hesitações e resistências mais se perde em talento, criatividade e ímpeto civilizacional. Que não nos faltam. Basta visitar a Feira do Portugal Tecnológico.

sábado, 25 de setembro de 2010

Sinais


http://noticias.sapo.pt/cartoon/

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

JLM não é gago


Mélenchon : "Sarkozy n'est pas un nazi"
envoyé par Europe1fr. - L'info video en direct.

hummm, aannn, éééé, blabla, pois....

È fartar vilanagem


A burguesia política


A democracia portuguesa está cada vez mais prisioneira de uma classe restrita que se aburguesou e enriqueceu facilmente graças à política, são jornalistas de “sucesso”, administradores de uma infinidade de empresas e institutos públicos, dirigentes da Administração Pública, opinion makers diversos e as caras do costume dos grupos corporativos, incluindo líderes sindicais que não trabalham há décadas.

Fico a saber pela comunicação social que o governo não vai reconduzir o presidente das Águas de Portugal, ao que parece o senhor é dado a bons carros e ainda promoveu a esposa, um país onde um cidadão desempregado fica sem água se não pagar a conta da água este distinto burguês andava de Mercedes E 350 CDi. Mas será este burguês o único que em tempos de crise e enquanto muitos portugueses sofrem os efeitos da crise abusou dos dinheiros públicos?

Duvido, vivemos num país onde o governador do Banco de Portugal ganha mais do que o presidente do poderoso FED americano, onde muitos ex-administradores desse mesmo BdP usufruem de pensões vitalícias. A verdade é que são raros os casos de dirigentes do Estado demitidos por incompetência ou abusos na gestão, administradores de empresas e institutos públicos acusados de má gestão ou de apropriação indevida de dinheiros públicos com recursos a esquemas de prémios ou de auto-concessão de mordomia.

Com o argumento de que ganhariam mais se exercessem funções privadas acabam por ganhar mais, viverem tranquilamente nos cargos, beneficiar familiares, abusarem de mordomias, tudo isto sem a incomodidade dos prejuízos e acesso ilimitados a recursos públicos e a crédito garantido pelo Estado.

Há demasiada gente a ganhar fortunas num país onde a riqueza escasseia, é uma imensidão de recursos retirado da economia para enriquecimento de uns quantos e o mais caricato da situação reside no facto de serem estes os primeiros defensores de medidas de austeridade ou da vinda do FMI.

Publicada por Jumento
http://jumento.blogspot.com/

Os Deolinda

Socialismo... (1)

Obrigado Senhora Deputada.
zézen



Socialismo, mas pouco...

No dia 9 de Setembro, no Parlamento Europeu, todos os deputados socialistas portugueses votaram sem hesitações a favor de uma resolução que "expressava profunda preocupação pelas medidas tomadas pelas autoridades francesas e de outros Estados Membros tendo por alvo os ciganos", instando tais autoridades a imediatamente suspender as expulsões e apelando à Comissão, Conselho e a outros Estados Membros que interviessem nesse sentido.

Tratou-se de uma resolução activamente promovida pelo Grupo dos Socialistas e Democratas, em que se integram os socialistas portugueses. Com linguagem moderada, em resultado de intensas negociações entre todos os grupos políticos. Nos debates com Durão Barroso e Viviane Reding, na manhã e na tarde do dia 7, todos os intervenientes socialistas, encabeçados pelo líder Martin Shultz, não pouparam na invectivação das expulsões colectivas estigmatizantes de Sarkozy e de outros governos europeus e na condenação da inacção da Comissão Europeia diante de tão acintosas violações do Tratado de Lisboa e dos direitos humanos fundamentais.

Incredulidade e apreensão - foram as minhas primeiras reacções às notícias de que o Grupo Parlamentar do PS, na 6a.feira passada, se dividira no voto de um texto proposto pelo BE, que visava associar a AR ao voto do PE. Por não ser o PS a tomar a iniciativa e por revelar descoordenação entre o que o PS faz na AR e no PE, ainda por cima num assunto de excepcional sensibilidade política (ao ponto de, finalmente, levar Durão Barroso a engrossar a voz face ao seu correlegionário de direita Sarkozy no último Conselho Europeu).

Vergonha e amargura - é o que expresso agora, depois de ter falado com deputados socialistas na AR para apurar o que se passou: "ordens de cima!" E só um socialista - Sérgio Sousa Pinto, a quem presto homenagem - teve a coragem de votar de acordo com a sua consciência, além de mais 14 que encontraram formas menos afirmativas de se dissociar de tão indecorosas instruções.

Ordens que terão sido inspiradas por instâncias governamentais. Instâncias tacanhas no entendimento do que é a política externa, pois ainda que se justificasse uma demonstração de "real politik" (e não se justificava, estando em causa a lei europeia e direitos humanos fundamentais), tal exercício não caberia a parlamentos, mas sim a governos.

Ordens insuportáveis, por serem politicamente indefensáveis ("o Sarko é amigo"...); por contradizerem o património histórico e político do PS, quer quanto ao respeito pelos direitos humanos em geral, quer quanto ao empenhamento dos seus governos - incluindo este - na inclusão da comunidade cigana em Portugal; e, finalmente, por serem ofensivas do que deve corresponder à consciência política de um/uma socialista.

Para registo: diante de tais ordens, eu desobedeço.

Publicado por Ana Gomes
http://causa-nossa.blogspot.com

Àrvore vermelha

Para quando relva vermelha ?

http://barbearialnt.blogspot.com/

D. CAVACO, O INTOCÁVEL

Pois...
O inatacável. O acima de toda a crítica...O próximo de Deus! O que defende o PEC. Para que não lhe falte nas reformas! O mesmo PEC dos sacrifícios... PARA OS OUTROS! Na posição dele, eu também o defendia.Com a mesma hipocrisia que lhe conhecemos há 30 anos. Vejamos:

- Uma vez, enquanto era PM, foi a um hospital do Algarve, ver o pai, que estava doente. O segurança pediu-lhe a identificação como era o seu dever.Ele não lhe deu o BI e despediu-o.
Felizmente que se criou uma onda de solidariedade e arranjou-se novo trabalho para o segurança do hospital (anos 90, creio).QUE SE HAVIA LIMITADO A CUMPRIR O SEU DEVER.

Há mais:
- Na inauguração do caminho de ferro via Ponte 25 de Abril (Julho de 99), a cadeira que lhe destinaram ficou vazia.
Embora convidado, faltou.Pois...Quando o melhoramento foi inaugurado, era outro o primeiro-ministro.
Então, comparecer para quê? Não ocupava o centro das atenções! Não era inaugurado pelo homem do leme.
O mesmo homem do leme que (recentemente, já PR), quando confrontado pelo facto de umas acções do grupo BPN/SLN que havia adquirido fora de bolsa haverem valorizado cerca de 150% respondeu:

- Nessa altura não desempenhava quaisquer funções públicas, portanto nada tenho a dizer.
( A honestidade segue, pois, ciclos - quando se desempenham ou não funções públicas...)
O mesmo que, sacrificando o seu próprio partido atacou o Governo de Santana Lopes.
O mesmo que plantou as notícias sobre escutas (o fiel Fernando Lima apenas mudou de posição - afastá-lo, nunca!
Os seus não são afastados. Quando muito, caem de maduros. Lembram-se da sisa de Cadilhe (finais da década de 80)? Ele defendeu-o. Do sangue de Leonor Beleza (1985/86), defendeu-a até ao fim.

Do recente escândalo BPN (recente)? Quando já era insustentável a presença do escudeiro Dias Loureiro no Conselho de Estado (e até personalidades da área do PSD comentavam o assunto)? Ele dizia que nada se havia provado...
Até que Loureiro caiu. Não podia ser de outra forma...

Ele acha que basta ser dos seus. Isso confere absoluta imunidade...Lembram-se dos anos (1982/83) que levou a atacar Balsemão? E depois Mota Pinto (1983 a 85)? (a esposa exclamou na altura: - mataram o meu marido...!)

Mas quando Carlos Macedo - que, além de ser médico, foi seu colega de executivo (Ministro da Saúde) no Governo AD presidido por Sá Carneiro - atacou Leonor Beleza, sua Ministra da Saúde, foi, pura e simplesmente, EXPULSO do PSD, de que era Presidente na altura. Coincidência...Lembram-se quando atacou o Governo do seu próprio partido, encabeçado por Santana Lopes, com a história da boa e má moeda, favorecendo, assim, o PS de José Sócrates (2004)?

Atacando forte e feio...Recordam-se, quando, na sequência destes ataques (feitos em 2004) Alberto João Jardim (polémico, mas destemido) se referiu a ele como "sr.Silva" ? Pois foi...Logo a seguir, como candidato a Belém, foi à Madeira (2005). Beijar a mão que o atacou, pois precisava do voto dos madeirenses, não fosse o Diabo tecê-las, não ganhar à primeira volta e suceder-lhe o mesmo que a Freitas do Amaral em 1986? E por falar em Freitas do Amaral?

Lembram-se de Aníbal o ter apoiado em 1985/86 e depois se ter recusado a pagar a parte que cabia ao PSD (por ele liderado) nas dívidas de campanha, que depois o candidato pagou, com pareceres que - na sua qualidade de jurisconsulto e professor catedrático da Faculdade de Direito de Lisboa - foi elaborando ao longo dos anos seguintes?

É este o homem que se afirma pelo seu exemplo.É ESTA A SUA FORMA DE ESTAR ! É ESTE O SEU MODO DE AGIR!
NÃO OBSTANTE, BAILA-LHE NOS LÁBIOS UM DISCURSO DE RECTIDÃO ! E DE CARÁCTER!

Têm de memória a sua frase sobre a solução do problema dos funcionários públicos (2002, creio)? Resolvia-se DEIXANDO-OS MORRER! É este o homem que tenta passar a mensagem que não é político (campanha e pré-campanha de 2005/6), mas foi o indivíduo que mais tempo ocupou o cargo de primeiro-ministro (1985-2005). Depois de ter sido Ministro das Finanças (1979/80).

Recebo imensos "e-mails" atacando José Sócrates (que reeencaminho, por vezes) Mário Soares, Manuel Alegre, etc..
Desafio, agora, os que me enviam estas mensagens (eles sabem bem para quem é o desafio): DESMINTAM AQUILO QUE ACIMA SE REFERE SOBRE O HONESTÍSSIMO Aníbal.
ESTÃO LÁ OS FACTOS E OS ANOS. FORÇA! NEGUEM! Fico a aguardar desmentidos. Que não ataques a terceiros.

Os podres de líderes de outros POLÍTICOS não servem para defender a excelsa figura ora em causa.
Portanto, DESMITAM OS FACTOS ALEGADOS.
Aguardo.

P.S. Para não falar do desmaio, aquando da tomada de posse de António Guterres ....
--
By: Francisco Falcão

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Os Deolinda

Sem quotas

Sem quotas mas com mais mulheres

O governo federal da Suíça é composto por sete membros.Desde ontem há uma maioria de mulheres em Berna.Se nos lembrarmos que o voto feminino nesse país data dos anos setenta, e que não existe o regime de quotas por género, temos de admitir que a Suíça foi mais rápida do que muitos outros países tidos por mais progressistas na alteração da representação entre homens e mulheres a nível governamental.Porém esta maioria de mulheres no governo federal helvético apenas anuncia o próximo futuro nas nossas sociedades.Por razões que agora não vêm ao caso.

Publicada por josé medeiros ferreira
http://cortex-frontal.blogspot.com/

Novas oportunidades

NEFUP em Bruxelas

100 Anos em Bruxelas

Clicar na imagem



Seja Bem vindo. Contamos consigo.
Organizado pelo MAR, Movimento de Acção e Reflexão.

Assim também eu "bebia"

Milagre ou sacanice ?! Como não acredito em milagres...


Exemplo de preços de carburantes


Azerbaïdjan Diesel EUR 0,31

Egypte Diesel EUR 0,14

Ethiopie Eur 0,24

Bahamas Diesel EUR 0,25

Bolivie Super EUR 0,25

Brésil Diesel EUR 0,54

Chine Normal EUR 0,45

Equateur Normal EUR 0,24

Ghana Normal EUR 0,09 !!!!!!!

Groenland Super EUR 0,50

Guyane Normal EUR 0,67

Hong Kong Diesel EUR 0,84

Inde Diesel EUR 0,62

Indonésie Diesel EUR 0,32

Irak Super EUR 0,60

Kazakhstan Diesel EUR 0,44

Qatar Super EUR 0,15

Kuweit Super EUR 0,18

Cuba Normal EUR 0,62

Libye Diesel EUR 0,08 !!!!!!!

Malaisie Super EUR 0,55

Mexique Diesel EUR 0,41

Moldavie Normal EUR 0,25

Oman Super plus EUR 0,20

Pérou Diesel EUR 0,22

Philippines Diesel EUR 0,69

Russie Super EUR 0,64

Arabie Saoudite Diesel EUR 0,07 !!!!!!

Afrique du Sud Diesel EUR 0,66

Swaziland Super EUR 0,10 !!!!!!

Syrie Diesel EUR 0,10 !!!!!

Trinidad Super EUR 0,33

Thaïlande Super EUR 0,65

Tunisie Diesel EUR 0,49

USA Diesel EUR 0,61

Venezuela Diesel EUR 0,07 !!!!!

Emirats Arabes Unis Diesel EUR 0,18

Vietnam Diesel EUR 0,55

Ukraine Diesel EUR 0,51

"Quem avisa, amigo é"

Helena André admite continuação do crescimento do desemprego

A ministra do Trabalho, Helena André, revelou que a tendência de aumento do desemprego não será invertida nos próximos tempos.

Uma interpelação parlamentar do Bloco de Esquerda acerca da situação social portuguesa levou a ministra Helena André a revelar que não deverá existir uma inversão na tendência negativa do desemprego num futuro próximo.

A responsável pela tutela do Trabalho indicou que "apesar da situação que vivemos em termos de desemprego não ser de todo a do nosso agrado, sabemos todos que a situação não se vai inverter nos tempos mais próximos", cita a TSF.

Helena André sublinha que os contornos da crise "são mais estruturais do que conjunturais" o que se traduz numa continuação que "terá consequências duras na nossa estrutura económica e social e que teremos que realizar a nossa via de ajustamento económico em circunstâncias mais adversas do que inicialmente previsto".

http://noticias.portugalmail.pt/artigo/20100922/

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Jacques Brel - Amsterdam

Pastilhas para a tosse

Pobres lagartos.

Melhor a emenda que o soneto


Por razões de humor, alterei o texto, substituindo a palavra Cuba e cubanos por Portugal e portugueses.
Que me desculpem os Amigos do "Câmara Corporativa" por esta brincadeira.(zézen)



O PCP e a “razão legalmente atendível” em Cuba
Da entrevista de Francisco Lopes ao DN:
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1665831


Ficou surpreendido com o anúncio do "despedimento colectivo" de um milhão de portugueses feito pelo comandante Sócrates?

O tema da entrevista são as eleições presidenciais em Portugal e a realidade portuguesa!... Em relação a essa questão, posso dizer que olhamos para o mundo e vemos em Portugal um exemplo notável de soberania, determinação em torno de um ideal e de um projecto humanista. Não apenas para o povo português mas para toda a Europa e todo o mundo, isto em circunstâncias muito adversas de bloqueio e de acções sistemáticas ao longo de décadas.

Isso justifica esta mudança de rumo?

Os dirigentes portugueses têm todo o direito de pensar em cada momento quais são as formas de organização do seu Estado e dar resposta aos interesses do povo. Creio que a forma como se coloca a questão - "despedimento colectivo" - não é ajustada para esta realidade até onde a conhecemos, porque as notícias são recentes.

Até gostaria de dizer mais, que o princípio essencial de uma sociedade socialista é de a cada um, segundo as suas possibilidades, o seu trabalho. Se for isto que for aplicado em Portugal no processo em curso de afirmação do seu projecto, responde às necessidades de todos os trabalhadores portugueses, perspectivando uma experiência que é de grande utilidade, não apenas para o nosso povo mas para o mundo.

Publicado por Miguel Abrantes em 20.9.10
http://corporacoes.blogspot.com/

Lisboa-Poceirão

domingo, 19 de setembro de 2010

"Nunca mais"

Repudio

Associação Ateísta Portuguesa repudia afirmações papais


Ao Núncio Apostólico Rino Passigato


Embaixador do Vaticano
nunciaturapt@netcabo.pt
Avenida Luís Bívar 18
Lisboa 1069-147 LISBOA

Senhor Núncio Apostólico

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) deplora que Bento XVI, na sua visita ao Reino Unido, tenha criticado o que chama «extremismo ateu» e estabelecido conexões entre o ateísmo e o nazismo.

A AAP não nega ao Papa o direito de condenar o ateísmo mas recusa a falta de verdade do alegado «extremismo ateu» quando é tão condescendente para com o anti-semitismo da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX) que, de excomungada passou a ser uma referência para o regresso ao rito tridentino da liturgia católica.

O cardeal alemão Walter Kasper, ex-chefe do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos, foi afastado do séquito papal ao acusar o Reino Unido de pertencer ao Terceiro Mundo, irritado com o seu carácter secular e pluralista, ao ponto de a Cúria ter de se retractar e afirmar tratar-se de uma opinião meramente pessoal.

Quanto à associação entre o ateísmo e o nazismo devia o pontífice lembrar-se de quem ofereceu a Hitler os certificados de baptismo para mais facilmente identificar os judeus em vez de lançar lama sobre quem não acredita em Deus.

A carga emotiva, que o nazismo justamente desperta, torna mais grave a difamação dos ateus quando o chefe da Igreja católica insinua que foi o ateísmo que conduziu ao crime os nazis.

Não sendo os ateus prosélitos, não deixam de ser irónicas as acusações de quem deseja converter o mundo ao deus da Igreja católica.

Assim, a AAP solicita ao Sr. Núncio Apostólico que transmita ao Vaticano a profunda indignação e revolta com as afirmações caluniosas de Bento XVI a respeito do ateísmo.

Apresentamos-lhe, senhor Núncio Apostólico, os nossos cumprimentos.

Associação Ateísta Portuguesa, 18 de Setembro de 2010

posted by Carlos Esperança
http://ponteeuropa.blogspot.com/

sábado, 18 de setembro de 2010

Cristina Branco (Dansen aan Zee met)

A reboque


Mau presságio ...

Não consigo entender as razões de força maior do PS para não acompanhar a iniciativa do Bloco de repúdio à atitude de Sarkozy na expulsão dos ciganos do País

Os argumentos usados são mesmo esfarrapados. Está a decorrer um inquérito? Será que esse inquérito vai validar um acto que vai contra os princípios básicos da UE?

Sejamos claros. O que se passou foi o fabrico de uma argumentação para não desagradar a um dos maiores Estados da UE e, por outro, adiar uma tomada de posição ou melhor não tomar posição pois certamente este tema não voltará ao Parlamento.

Não é de certeza a melhor maneira de defender princípios, mas uma boa maneira de mandar os princípios às urtigas.

posted by Joao Abel de Freitas
http://puxapalavra.blogspot.com/

Recalcamentos


Adolph Hitler – Joseph Ratzinger: O Mesmo Combate!

O Papa Bento XVI está de visita ao Reino Unido.
Mal chegou, o líder da Igreja Católica, pôs-se a arengar contra o ateísmo logo no primeiro discurso que fez à sua colega, a prestimosa líder da Igreja Anglicana, também conhecida como Rainha Isabel II.

É sempre curioso que o Papa dedique boa parte do seu tempo de pregação e de proselitismo a falar do ateísmo.
Deve ter qualquer coisa lá dentro que o mói...

Mas o que é mais curioso, é que, desta vez, o Papa lembrou-se de fazer uma associação entre o nazismo e o ateísmo.

E diz ele a certa altura do seu discurso:
«Ainda em tempo das nossas próprias vidas, podemos recordar como a Grã Bretanha e os seus lideres se opuseram à tirania Nazi que pretendia erradicar Deus da sociedade e a tantos negar a nossa humanidade comum, especialmente aos Judeus, que foram considerados indignos de viver.
«Também recordo a atitude desse regime face a pastores e religiosos cristãos, que falavam de verdade e de amor, e se opuseram aos Nazis e pagaram essa oposição com as suas vidas.

«Ao reflectirmos nos ensinamentos do extremismo ateu do século XX, nunca esqueçamos como a exclusão de Deus, da religião e da virtude da vida pública conduz necessariamente a uma visão truncada do homem e da sociedade e, assim, a uma visão redutora do ser humano e do seu destino».

Pois bem:
Curiosidades à parte, o que é absolutamente triste e completamente desonesto da parte deste facínora alcunhado de Bento XVI, é que ele bem sabe que Adolph Hitler era um fervoroso católico e que o infernal regime de terror que fez imperar durante mais de 12 anos por toda a Europa foi inspirado no misticismo cristão e principalmente na mitologia católica.

Não esqueçamos que é logo no Evangelho de Mateus (27:25) que encontramos a primeira sentença de morte aos judeus, e que tão bem tem sido obedecida pelos católicos em pogroms e autos de fé ao longo dos últimos dois mil anos.

E se o Papa Bento XVI pretende falar do Nazismo à Rainha de Inglaterra, era bom que tivesse a hombridade e a dignidade de lhe fazer também algumas citações do próprio Adolph Hitler.

Podemos encontrar no «Pharyngula» mais de meia centena dessas citações, de que respigamos aqui apenas três:
«Acredito hoje que tenho vindo a actuar de acordo com o Criador Todo-Poderoso; ao atacar os judeus estou a lutar pela obra do Senhor»
«Este nosso mundo humano seria inconcebível sem a existência prática de uma crença religiosa»
«Eu sou agora, como sempre fui e sempre serei, um católico»

O que isto quer dizer é que, pelos vistos, o Papa Bento XVI e Adolph Hitler sempre têm algo em comum:
- São ambos católicos!

E assim, quanto à honestidade, à dignidade e à ética deste Papa, estamos pois conversados.

posted by Luis Grave Rodrigues
http://rprecision.blogspot.com/

Fretes


Os lacaios do 'socialismo'

Há muito tempo que não lia o Avante!, confesso. Faço mal. É instrutivo ler o Avante!.

E divertido, sobretudo para quem aprecia o non sense e não se incomoda com o humor negro. Para quem, por exemplo, ao ler uma notícia na edição de 8 de Julho sobre o primeiro congresso do Partido Comunista Romeno em que se reproduzem as palavras do seu líder (o derrube do regime de Ceausescu em 1989 resultou num "genocídio social") e se anota o "minuto de silêncio" observado "pelas vítimas do capitalismo" (ou seja, as vítimas da democracia que permitiu à Roménia entrar na UE) não se escandalize com a total falta de referências aos pavores do ceausesquismo - das perseguições dos opositores pela Securitate à política de natalidade forçada e às casas de extermínio que eram os orfanatos romenos.

Ou para quem não coma o chapéu ao ler, a 22 de Julho, por um Ângelo Alves, o "desmascarar" da "teoria dos media dominantes" sobre os 52 presos políticos cuja libertação o Governo de Cuba anunciou. Ficamos a saber que, longe de "inocentes e desprotegidos cidadãos cubanos cujo crime seria o de discordarem do regime político da ilha socialista", foram condenados por ter recebido "de países estrangeiros (os EUA) fundos e materiais para conspirar contra o Estado cubano" e "derrubar, se necessário pela força e por via de uma invasão militar estrangeira, as instituições cubanas, convocar um parlamento e nomear um governo provisório que tivesse como missão desmantelar o Estado e a Constituição socialistas em Cuba."

Por que raio, então, foram libertados? Não interessa: na entrevista ao secretário executivo da União dos Juristas de Cuba que dois meses depois (ontem), o Avante! publica, o assunto não é sequer abordado. O caso de cinco cubanos presos nos EUA por espionagem (sem provas, claro) e a "ameaça israelo- -norte-americana ao Irão" são o destaque da conversa, na qual pelo meio o jurista explica o processo cubano de "melhorar o socialismo": passa por "acabar com a ineficiência, a improdutividade, a burocracia, o paternalismo, para que o Estado não tenha de continuar a supervisionar tudo" e "recolocar noutros postos um milhão de trabalhadores".

A justificação da "recolocação" - que os malandros dos media dominantes chamam despedimento - é simples: "Existe uma grande quantidade de pessoas que recebem salário sem retribuir à sociedade." Um décimo dos cubanos rotulados de mandriões, mas qual é o problema? Problema era se fosse num país capitalista - tradução, num país em que o PCP ou um partido que considere "amigo" não esteja no poder.

Cuba pode despedir um milhão - será sempre socialista; a Coreia do Norte pode nunca ter tido eleições - o povo escolhe na mesma (Francisco Lopes dixit). Já em Portugal, o Avante! exige "um aumento de 50 euros para todos os funcionários públicos". Pois claro. E os outros é que são lacaios.

Opinião
por FERNANDA CÂNCIO
http://dn.sapo.pt/

papão

E continua o delírio total

Depois dos insultos de ontem, Bento XVI continua a assacar aos ateus e/ou secularistas os males do mundo. Hoje a grande revelação foi a causa da crise económica: parece que desta vez a culpa foi do secularismo, esta pecha de marginalizar a religião que impede serem os católicos, ou antes, o Vaticano, que tem larga experiência na coisa, a decidir como devem ser moralmente geridos os bancos.

E para frisar como a religião é tão marginalizadinha num dos poucos países com religião de Estado na Europa, o papa, nesta sua incursão pelo Parlamento onde têm assento, não eleito, 26 bispos, resolveu repescar uma velha invenção da cristianovitimização, a alegada guerra ao Natal levada a cabo por malvados secularistas.

Nem consigo imaginar que outras calamidades iremos descobrir terem sido causadas pelos ateístas ou secularistas. As alterações climáticas? O desastre que isolou os mineiros no Chile? Os maus resultados do Benfica? Como antídoto às tolices papais, recomendo Polly Toynbee, no Guardian, que, como é habitual, nos brinda com uma análise lúcida deste segundo dia de visita papal.

Palmira F. Silva
http://jugular.blogs.sapo.pt/

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Paula Rego

Festa é Festa !



Hà dias que vale a pena ficar doido ou maluco de contentamento.
Este humilde site, passou a ter uma seguidora, a primeira que teve a pachorra de fazer um clik para "seguir" outros clikes.
Para surpresa minha, não é uma "seguidora" qualquer, é simplesmente a mais bela.
Obrigado cara linda.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Quino

Cabeças


Edite Estrela

Na referência à notícia da carta do PS aos militantes optei pelo título "mais uma de Edite Estrela", uma ataque desbragado, deslocado e desnecessário só poderia vir de alguém que pensa na política com a cabeça dos dedos, não me enganei, poucas horas depois vem tentar desfazer a asneira mas é pior a emenda do que o sonte, se já tinha aberto a cova a Sócrates agora atirou-o lá para dentro.

A carta foi escrita na sua dupla qualidade (é uma mulher cheia de cargos e qualidades) de membro do Secretariado Nacional do PS e de presidente da delegação socialista portuguesa no Parlamento Europeu, isto é vinculou a direcção política e os deputados do Parlamento Europeu. Agora vem dizer-se muito respeitadora de Cavaco e esclarecer que Sócrates não sabia da carta.

Primeiro faz a asneira e agora vem dizer que Sócrates é líder de um partido onde cada um faz o que quer sem que o secretário-geral seja informado. Isto é, qualquer idiota do PS pode escrever cartas a atacar o Presidente da República e dizer que o Sócrates desconhecia. É assim que fazem os que pensam com os dedos dos pés ou com a barriga das pernas.

«Edite Estrela ficou surpreendida com a divulgação, ontem, no DN, da carta por si assinada e dirigida por email aos militantes do PS em que, entre apelos à mobilização do partido em torno da candidatura presidencial de Manuel Alegre, faz duras críticas a Cavaco Silva.

Confrontada por vários órgãos de comunicação social, tentou desdramatizar o seu conteúdo, considerando que deveria ser vista estritamente como uma carta para "consumo interno" no PS. E nada "desrespeitosa" em relação ao actual Presidente da República, por quem disse ter "muito respeito". "Há apenas uma demarcação política entre dois candidatos", disse, acrescentando não ver "nada de especial" na carta.

Entrevistada pela Antena 1, protegeria Sócrates do impacto da carta, dizendo que o líder do PS "obviamente" não teve conhecimento prévio do seu conteúdo. » [DN]

http://jumento.blogspot.com/

Estrelas


Presidenciais
Edite diz que Sócrates não sabia de carta anti-Cavaco para bases do PS

A dirigente nacional do PS desvalorizou carta por si enviada às bases do PS em que Cavaco é duramente criticado. Marcelo comentou: "Não foi muito inteligente".

Edite Estrela ficou surpreendida com a divulgação, ontem, no DN, da carta por si assinada e dirigida por email aos militantes do PS em que, entre apelos à mobilização do partido em torno da candidatura presidencial de Manuel Alegre, faz duras críticas a Cavaco Silva.

Confrontada por vários órgãos de comunicação social, tentou desdramatizar o seu conteúdo, considerando que deveria ser vista estritamente como uma carta para "consumo interno" no PS. E nada "desrespeitosa" em relação ao actual Presidente da República, por quem disse ter "muito respeito". "Há apenas uma demarcação política entre dois candidatos", disse, acrescentando não ver "nada de especial" na carta.

Entrevistada pela Antena 1, protegeria Sócrates do impacto da carta, dizendo que o líder do PS "obviamente" não teve conhecimento prévio do seu conteúdo.

Na missiva, a dirigente nacional do PS - que a assina como tal - escreveu, por exemplo, que durante o mandato de Cavaco Silva "foram frequentes as quezílias, intrigas e até campanhas, dirigidas por assessores da sua confiança, destinadas a atingir a idoneidade do governo e do primeiro-ministro".

Acrescenta que "nunca perdeu uma oportunidade de se demarcar do Governo, de dificultar, aberta ou dissimuladamente, a sua acção, e até de obstruir deliberadamente muitas medidas constantes do programa eleitoral sufragado pelo povo português". A sua reeleição "abrirá as portas a um governo do PSD e a políticas conservadoras e neo-liberais: o serviço nacional de saúde, a igualdade de acesso à educação, as políticas de coesão social, os direitos laborais, tudo será revisto e alterado".

O PSD não tardou em sair em defesa de Cavaco - mas fazendo avançar um dos seus mais discretos vice-presidentes. "O PS parece estar mais interessado em criticar um eventual candidato que ainda não anunciou a sua recandidatura do que defender o seu próprio candidato. Estamos perante uma situação de desespero de alguém que parece ter vergonha do seu candidato", disse Jorge Moreira da Silva à TSF.

Quem também comentou foi Marcelo Rebelo de Sousa. A carta representou da parte da direcção do PS uma "fraqueza" e "uma confissão de derrota" perante as próximas legislativas, "o que não é muito inteligente". "No fundo, o que esse documento diz é que 'não podemos votar em Cavaco Silva, porque, no próximo mandato, uma vez reeleito pode dissolver e dar o poder à direita'", considerou.

Para o ex-líder, além do mais o teor da carta "não corresponde à realidade, porque Cavaco Silva foi já solicitado por muita gente no seu partido para dissolver o Parlamento, mas, como se prova, fez muito bem em não ouvir esses apelos". "O PS está a pôr na cabeça de Cavaco Silva uma coisa que é o contrário daquilo que ele revelou nos últimos tempos", reforçou.


por JOÃO PEDRO HENRIQUES11 Setembro 2010
http://dn.sapo.pt

Alcoirão


A Queima do Alcorão


Ao que parece, uma pastor evangélico americano de nome Terry Jones quer instituir uma iniciativa a que chamou o «Dia Nacional da Queima do Alcorão».
Só mesmo de um cristão fanático, ainda para mais um pastor evangélico, poderia vir uma imbecilidade destas.

Por uma questão de princípio, e em primeiro lugar, não se devem queimar livros. A História já tem exemplos de sobra de queimas de livros, da Biblioteca de Alexandria às cerimónias nazis em Nuremberga, passando pelos autos de fé da Inquisição.

Em segundo lugar, porque se este pastor chama ao Alcorão um livro de ódio e do Diabo deveria chamar o mesmo à Bíblia, que pouca diferença fazem um do outro.

Mas o que é mais curioso é que o tal pastor Terry Jones não deixa de ter alguma razão: a queima de um livro não deixa de ser uma forma absolutamente legítima de liberdade de expressão. E se o livro é um Alcorão ou uma Bíblia e isso constituir uma blasfémia, não deixa esse acto também de constituir o exercício de uma liberdade fundamental dos cidadãos.

Pode até ser uma iniciativa estúpida. Mas não tem também o homem o direito à sua estupidez?

Mas é também óbvio que, por muito que isso seja liberdade de expressão, a queima de um Alcorão ou de uma Bíblia pode também constituir, em determinadas circunstâncias, um acto de intolerância absolutamente gratuito, dirigido não mais do que à ofensa dos sentimentos religiosos das pessoas.

Ou seja, o direito à blasfémia, por fundamental que seja, não deve ser exercido e dirigido unicamente com o propósito de ofender e achincalhar os sentimentos religiosos dos outros, por ridículos que sejam, um direito fundamental que igualmente lhes assiste.
Não me passa pela cabeça ir fazer uma queima ritual de Bíblias à saída da missa da Sé Catedral somente para ofender os fiéis, embora admita fazê-lo noutras circunstâncias.

Acontece que por todo o lado se fazem pedidos desesperados ao pastor para ele ter juízo e para não queimar a porcaria dos livros. Até o presidente Obama já se meteu nisso.
O que é pena é que tais pedidos sejam feitos, provavelmente com o caso das caricaturas dinamarquesas na memória, com um medo imenso que os fanáticos religiosos islâmicos comecem por esse mundo fora a incendiar interesses ocidentais e a matar pessoas.

E de facto, perante isto, o melhor era o pastor estar quieto.

Então, cá temos o exercício de um direito fundamental à liberdade de expressão, por estúpido e inútil que seja e por muito que seja motivado pelo ódio e pela intolerância de um religioso fanático, limitado uma vez mais pelo medo ao ódio e à intolerância dos religiosos fanáticos de outra religião.

E cá temos, uma vez mais, o nosso mundo refém e metido no meio do fanatismo e do ódio de duas intolerâncias religiosas.

posted by Luis Grave Rodrigues
http://rprecision.blogspot.com/

Ciganos


A ciganice de Sarkozy

Todos sabíamos do papel que os ciganos desempenharam no descalabro financeiro mundial. O conselho de administração do banco Lehman Brothers era integralmente constituído por ciganos.

A crise económica que o mundo vive é complexa, e não é fácil apontar com exatidão o momento em que terá principiado, mas o governo francês já identificou os seus responsáveis: são os ciganos. A descoberta não terá apanhado ninguém de surpresa. A bem dizer, todos sabíamos do papel que os ciganos desempenharam no descalabro financeiro norte-americano e, subsequentemente, mundial.

O conselho de administração do banco de investimento Lehman Brothers era integralmente constituído por ciganos. Uma das razões da falência do banco foi, aliás, o facto de os seus administradores só pegarem ao serviço à tarde. De manhã estavam na feira, a vender T-shirts de contrafação.

Bernard Madoff, cuja tez morena é bem reveladora de ascendência cigana, confessou ter planeado o seu esquema fraudulento ao som dos Gipsy Kings. E subprime é um termo do dialeto cigano que significa "ai, Lelo, vamos conceder empréstimos imobiliários de alto risco até provocar a insolvência de três ou quatro grandes instituições financeiras".

Ninguém sabe bem a razão pela qual os gregos elegeram um governo de ciganos, mas o facto é que eles estão lá, a fazer crescer a dívida externa e a arrastar a Europa para a falência. E Sócrates, não sendo cigano, é, no entender de muitos, um ciganão. Creio que é óbvio para toda a gente que a crise económica é mundial precisamente porque os ciganos, sendo nómadas, conseguiram levá-la a todo o lado.

É mais do que natural e justo que o governo francês tenha perdido a paciência com os prejuízos que esta etnia tradicionalmente ligada à alta finança tem provocado e, por isso, como costuma suceder em França com os estrangeiros que não têm categoria suficiente para representar a seleção francesa de futebol, os ciganos foram recambiados para o seu país de origem. País esse que, neste caso, é a Roménia - que faz parte da União Europeia.

É azar: os ciganos, que são um povo sem fronteiras, têm algumas dificuldades para circular na Europa sem fronteiras. Ainda assim, um povo tão habituado a ler a sina deveria ter adivinhado que isto da livre circulação de pessoas iria ser prejudicial para quem é nómada. Era mais que óbvio.

Não ignoro que a medida de Sarkozy tem sido criticada, mas apenas pelos radicais de esquerda do costume. Como o Papa. A verdade é que os ciganos só trazem problemas. Recordo que o cigano mais famoso de sempre era estrela de cinema. Chamava-se Charlie Chaplin. Se bem me lembro, era raro o filme em que ele não arranjava problemas com a polícia. Aquilo está-lhes no sangue.

Ricardo Araújo Pereira
Quinta feira, 26 de Ago de 2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

NANDA


Olà Nanda,

Querida irmã. Parabéns pelos teus belos e preciosos 50 anos. Com esta idade jà estamos mais perto do saber que da total ignorância.
Uma vez mais, aqui fica expresso o meu discuido (negligência) com a escrita e contactos para famìlia e amigos.
Penso que morrerei com este enorme defeito, o defeito de pensar naqueles de quem gosto sem ter o cuidado de manter contactos escritos ou telefònicos com alguma regularidade. Se castigo existe... eu cà estou para o que der e vier.

Hà 50 anos, nas margens do Trancão, terreno de brincadeiras de rua, ouvi uma vizinha gritar: "Zééééé... Tens mais uma irmã, a tua mãe teve uma menina".

Como jà me tinham dito que a mãe estava à espera de bébé, depressa compreendi que tinhas nascido. Nessa altura vivia sòzinho e, lembro-me que fiquei triste quando recebi a notìcia. A Tà e tu, estavam com a mãe, e eu continuaria sòzinho. Depressa me passou o mau humor. Horas depois jà andava a dizer aos outros miùdos que eu tinha uma bébé e eles não.
Era como se de um momento para o outro tivesse ficado menos sò.

9 de setembro de 2010, passaram cinquenta anos. O tempo sabe polir e dar lustre aos cinzentos da vida. As coisas nem sempre correm como a gente quer mas, nem por isso o tempo pàra e, "o caminho faz-se caminhando".

Tens cinquenta anos, filhos, percurso familiar de Mãe e Mulher. Este aniversàrio não é mais do que um marco de uma nova etapa, de um novo "élan" para percorreres o caminho de uma felicidade merecida.

Independentemente da minha negligência quero que saibas que me lembro muito de ti, do Go. e do Gu.
Sem lamurias ou desculpas de distancia e afazeres, recebe minha querida irmã um beijo muito grande. Beijos para eles dois.

PARABÈNS NANDA.

barrosão


Armar ao pingarelho

Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, fez ontem o primeiro discurso de sempre do estado da União - uma cerimónia nova a cuja ideia talvez não seja alheio o discurso do mesmo nome que todos os anos o Presidente Obama faz, com audiências televisivas de mais 40 milhões de pessoas.

Tratando-se de Durão Barroso, porém, houve quem tivesse medo de que nem a casa se conseguisse encher. A presidência do Parlamento Europeu inventou umas multas manhosas que seriam aplicadas aos deputados que, no momento da chamada, não premissem um botãozinho de verificação de presença. Não passou pela cabeça de ninguém que seria um pouco humilhante para Durão Barroso partir do princípio que apenas sob ameaça de extorsão alguém aceitasse ouvir o que ele tem para dizer. Mas isto não foi culpa dele.

Mais extraordinário ainda, não passou pela cabeça de ninguém - nem do próprio - que a melhor forma de garantir o interesse por este e por futuros discursos seria fazer, singelamente, um bom discurso. Um discurso em que se dissesse coisas importantes, por exemplo. Quem sabe, coisas relevantes. Com um pouco de sorte, coisas corajosas. Imaginemos, por exemplo, que fosse necessário criticar severamente o líder de um dos estados-membros mais poderosos da União. Um discurso importante, relevante e corajoso não se coibiria de o fazer - e as pessoas seriam capazes de o ouvir, e depois de o recordar.

Mas isto são noções demasiado rebuscadas para certos nichos da eurocracia.

Para alguém que limitasse as suas expectativas ao mínimo, esperar-se-ia uma coisa de um discurso do estado da União. Vá lá, não é difícil: que falasse do estado da União.

Mas não! Juro-vos que não estou a inventar - eu jamais conseguiria inventar tal coisa -, mas o que Durão Barroso fez foi sonhar alto sobre coisas bonitas que seria bom que viessem a acontecer: quero não-sei-quantos empregos verdes, quero crescimento económico e diminuir défices ao mesmo tempo, etc. Mas afinal, e o bendito estado da União? Resumiu-se a uma frase: "Está hoje melhor do que no ano passado."

Não. Não está. Este foi o annus horribilis do projeto europeu. Enquanto a Grécia entrava em colapso, o euro se despedaçava e as agências de rating se precipitavam já sobre as próximas vítimas, tivemos de esperar por uma eleição provincial na Alemanha antes de tentar resolver o problema - tarde, pior e muito mais caro.

E que diremos de um discurso de estado da União que foge à questão mais polémica da União nesse exato momento? Barroso referiu-se primeiro da forma mais oblíqua possível ao caso dos ciganos em França, limitando-se ao mínimo dos mínimos. Instado a responder a questões concretas, fez pior: fugiu, disse que era delicado, que não queria criticar um estado-membro. Pior a emenda que o soneto.

Vamos lá ver: se o presidente da Comissão, "guardiã dos tratados", se cala quando os direitos fundamentais dos europeus - liberdade de movimentos, direito à não-discriminação - estão a ser violados; se o discurso do estado da União não pode falar dos Estados da União -, então talvez seja melhor não inventar ocasiões para armar ao pingarelho.

Saberá Zeus porquê, não se dignaram aparecer nem o representante dos governos, Herman van Rompuy, nem sequer a representante da política externa europeia e vice de Barroso, a senhora Catherine Ashton. Olha, pode ser que os multem.

Por Rui Tavares, Historiador.
Deputado independente ao Parlamento Europeu pelo BE.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Tretas com iogurte

O reverendo Luís e a procissão.

Ao Luís não eram conhecidas virtudes públicas quando terminou o curso de engenharia e anunciou que tinha ouvido um chamamento. Julgaram que mencionava alguma oferta de emprego que um recém-licenciado sempre almeja. Nada disso. Rumou ao seminário e era vê-lo, quando regressava, nas férias, embevecido, a acolitar o padre nas cerimónias pias.

Não tardou, o tempo passa depressa, que o fizessem diácono e, a seguir, padre. Com que orgulho passou a substituir nos serviços litúrgicos o padre Manuel que, em Agosto, se deslocava ao Brasil impelido pelo gosto da viagem ou pelo desvelo paternal, segundo murmuravam os paroquianos desconfiados de uma filha naquelas paragens.

Um dia o João Nunes, antigo colega e também engenheiro, encontrou o reverendo Luís e disparou-lhe:

- Então como vai o engenheiro?

- Engenheiro, não, padre se faz favor, porque engenheiros há muitos e padres poucos.

- E o que é preciso para ser padre, retorquiu o primeiro, com visível boa disposição.

- É preciso ter juízo.

- Que grande cunha !…

E o diálogo terminou abruptamente, com o jovem clérigo amuado.

Começou aí o azedume do reverendo, emproado com as vestes talares e o colar romano que lhe cingia o pescoço, indiferente à canícula, persuadido de que a batina encobria os pecados e o engrandecia aos olhos dos profanos.

Alguns dias depois, na procissão da Senhora da Barca, o reverendo Luís comandava, no trajecto do costume, o cortejo, as orações e os cânticos quando, junto da esplanada do Café da Candidinha, se tresmalhou do pálio e se aproximou dos fregueses, crucifixo em riste, colérico, para os desancar evangelicamente, enquanto os devotos desfrutaram a pausa na fé e no percurso assistindo ao espectáculo profano.

Os alvos foram antigos colegas de colégio quando este era o único estabelecimento de ensino secundário no concelho. O João Nunes, o Aristides e o Zé Vaz aguentaram em silêncio a descompostura de quem não lhes tolerou a troca da devoção pela cerveja de barril. Foram admoestados furiosamente, seus hereges, não respeitam o padre, não se ajoelham à passagem da procissão, ofendem Deus Nosso Senhor, não têm consideração pela Senhora da Barca, indignos, pagãos… e, só depois de serenado com o espectáculo pio, o presbítero se recolheu ao pálio e à procissão que prosseguiu perante a assombro de alguns paroquianos e o gáudio de muitos outros.

Os hereges ficaram algum tempo mudos, mal refeitos da censura e do medo de levarem com a cruz, brandida pelo irado reverendo que, no delírio, parecia querer usá-la à vista dos devotos. Só quando a cauda da procissão se sumiu, as pernas deixaram de tremer e a calma voltou, soltaram os desabafos reprimidos que até a mãe do padre abrangeram.

A ligação entre os antigos colegas de colégio excluiu do convívio o presbítero e foram parcas as relações que ficaram. As férias terminaram e cada um foi à vida, enquanto o reverendo Luís regressou à paróquia da diocese de Lisboa onde exercia as funções a que o alegado juízo o predestinou.


No ano seguinte, no dia canónico, a procissão da Senhora das Neves repetir-se-ia com o padre Manuel no Brasil e o reverendo Luís a substituí-lo. Apenas os réprobos do ano anterior evitaram o café, não fosse o diabo tecê-las, e repetir-se a insólita cena.

A procissão teve a precedê-la a missa, como era uso, onde o reverendo Luís enalteceu as virtudes da santa e verberou o comportamento de paroquianos ausentes, indiferentes à procissão, capazes de se manterem sentados enquanto o andor, o pálio e a cruz viajavam pelas ruas. Soube-se que foi pobre a homilia e grande o acinte que moveu o oficiante, capaz de desancar os réprobos se, acaso, os visse perto do cortejo pio, sem se rojarem de joelhos à passagem. Não consta que os devotos se tivessem deixado encolerizar, apesar de acirrados, pelo jovem e piedoso presbítero que, a seguir, presidiu à procissão.

Pelas ruas ainda se viam colchas garridas às janelas quando o andor, o pálio e outros adereços desfilavam pelas ruas da vila. A procissão progredia vagarosamente com as orações e os gestos da coreografia de sempre. O Valdemar lançava foguetes em honra da santa, longe do cortejo, para evitar que as canas atingissem os devotos, indiferente aos incêndios que podia atear e a que, como bombeiro, teria de acudir.

Na esplanada do café da Candidinha o reverendo Luís viu de longe uma mesa ocupada onde a experiência lhe dizia que não morava a devoção. Ao chegar próximo do local, abandonou o pálio e correu de cruz erguida a admoestar os incréus, seus hereges, seus malcriados, não respeitam Deus, não estimam a santa, não veneram a cruz, não temem o Inferno, não conhecem a cólera divina e…, esgotada a pia admoestação, cego de raiva e fervor pio, regressou ao pálio e aos cânticos para maior glória da Senhora das Neves.

Na esplanada, um casal estrangeiro, surpreendido, sem nada ter percebido, hesitava em dar o iogurte ao filho.

Ponte Europa / Sorumbático
posted by Carlos Esperança
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Monet

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Era uma vez...

Ciência:

Deus criou o Universo? Stephen Hawking diz que não

Económico com Lusa
02/09/10 17:27
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Cientista britânico vai lançar um novo livro, no qual altera a sua posição e exclui a possibilidade de Deus ser o criador do Universo.

Da mesma forma que o darwinismo já tinha, no passado, rejeitado a necessidade de um criador no campo da biologia, também o conhecido astrofísico britânico Stephen Hawking argumenta agora - numa obra que será lançada na próxima semana - que as mais recentes teorias científicas rejeitam o papel de um criador do Universo.

Stephen Hawking afirma que o 'Big Bang' (a grande explosão que originou o mundo) terá sido uma consequência inevitável das leis da física, o que contradiz a teoria que o cientista tinha defendido no passado, no livro "Uma Breve História do Tempo", publicado em 1998 e rapidamente transformado num êxito de vendas.

Nessa obra, Hawking sugeria que não existia qualquer incompatibilidade entre a existência de um Deus criador e a compreensão científica do Universo, chegando mesmo a afirmar que se a comunidade científica chegasse a descobrir a teoria completa, tal "seria o triunfo definitivo da razão humana" já que, nesse altura, "seria possível conhecer a mente de Deus".

No novo livro, intitulado "O Grande Desígnio" e que estará à venda a partir de 9 de Setembro, precisamente uma semana antes da visita do papa Bento XVI à Grã-Bretanha, o astrofísico sustenta que a ciência moderna não deixa lugar à existência de um Deus criador do Universo.

O cientista diz que a prova que sustenta o seu argumento é o facto de ter sido observado, em 1992, um planeta que girava em torno de uma estrela distinta do Sol. Hawking alega que essa observação comprova a possibilidade de existirem outros planetas e universos o que significa, em seu entender, que se a intenção de Deus seria criar o Homem, estão os restantes universos seriam redundantes.

O conhecido biólogo ateu Richard Dawkins já felicitou Hawking pelas conclusões, sublinhando que esta opinião é partilhada por grande parte da comunidade científica.
http://economico.sapo.pt

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Lateiros


Botas cardadas ameaçam Lobo Antunes

O grupo militar que ameaçou “ir ao focinho de António Lobo Antunes” e o apelidou de «bandalho» e de «atrasado mental» não merece resposta. É produto da guerra injusta a que a ditadura fascista condenou uma geração, é a voz de quem se envergonha de ter estado do lado errado e teme a divulgação dos crimes de guerra.

Graves são as ameaças ao escritor do coronel piloto-aviador, de nome Morais da Silva, que durante o PREC, dissimulado, nunca se soube de que lado se achava e que, agora, pretende processar o escritor por dizer o que pensa.

Mais prudente, o general Chito Rodrigues presidente da Liga dos Antigos Combatentes, uma agremiação que publica uma revista reaccionária e obtém descontos para os sócios, na compra de pneus, desafia o escritor a retratar-se [sic], única palavra usada segundo o novo acordo ortográfico, na carta aberta que lhe dirigiu.

Admito que Lobo Antunes não tenha sido rigoroso no número de mortos que atribuiu ao seu batalhão e tenha errado nas motivações que levavam os tenentes-coronéis a querer «acumular pontos», sem esquecer que uma das companhias era comandada pelo grande intelectual, humanista e democrata Melo Antunes, herói de Abril, que ele tanto admirou.

Mas, como disse há poucos anos o escritor, ainda é cedo para falar da guerra colonial, como se vê pelos guardiães de serviço, como o general Chito Rodrigues que, sendo oficial do Estado-Maior, nunca se terá ferido no capim.

Trinta e seis anos depois do fim da guerra, já é tempo de saber se todos as companhias e batalhões abdicaram da tortura dos prisioneiros; o que sucedia aos presos que a tropa entregava à PIDE; o que faziam os sipaios às populações que os militares prendiam e entregavam à autoridade administrativa; o que lançavam os aviões militares sobre as palhotas e quem matavam; se os portugueses invadiam os países limítrofes e com que fim.

Um país só se reconcilia com a história se a verdade e a justiça triunfarem, não com ameaças de quem ainda crê que defendeu a pátria e a civilização cristã e ocidental, como afirmava a propaganda fascista e clerical.

É tempo de denunciar a escalada reaccionária e a intimidação contra quem pretenda exumar treze anos de guerra. Quando um primeiro-ministro concedeu a dois pides a pensão que negou a Salgueiro Maia, tornaram-se mais ousados os nostálgicos do salazarismo.

A Alpoim Calvão, já sem peito onde coubesse, deram a única venera que lhe faltava, a Jaime Neves mandaram-lhe estrelas de general à reforma e o 10 de Junho, de má memória, integra nostálgicos em manifestações intimidatórias depois de o último PR ir convertendo a data, de novo, no Dia da Raça.

Paulatinamente, o Portugal salazarista vai entrando pelas costuras da nossa incúria. Por isso, neste caso, a solidariedade com Lobo Antunes é uma questão ética e um dever democrático.

Ponte Europa / Sorumbático
posted by Carlos Esperança
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