sábado, 22 de maio de 2010

Ponto de vista

As pessoas estão baralhadas

A economia portuguesa teve um bom crescimento no primeiro trimestre
deste ano. O primeiro-ministro entusiasmou-se, como de
costume, e proclamou Portugal “campeão europeu do crescimento”.

Mas logo veio o anúncio oficial de novas e mais duras medidas
para cortar o défice orçamental, já em 2010, para 7% do PIB (no
PEC inicial prometia-se 8,3%). As pessoas ficam baralhadas. Então
estamos tão bem e pedem-nos mais sacrifícios?

A verdade é que não estamos nada bem. Mesmo aquela boa notícia
é susceptível de dúvidas e pode não ter continuidade. Só que
o Governo tem escondido a verdade. Nunca refere que gastamos
mais de 10% acima do que produzimos, cobrindo a diferença com
empréstimos externos. Ora os estrangeiros desconfiam de que teremos
capacidade para pagar as dívidas e por isso foram subindo
os juros nos empréstimos a Portugal, para compensar a percepção
de um maior risco.

As medidas tomadas pela UE e pelo BCE e depois o anúncio de
um novo PEC em Portugal já fizeram baixar esses juros – durante
um dia. Tudo voltará atrás se hesitarmos na aplicação das novas
restrições.

Francisco Sarsfield Cabral
http://mediaserver.rr.pt/rr/others/188070488797ce7.pdf

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