sábado, 3 de julho de 2010

Contas com Sòcras e , ...


Menos é mais
A mezinha na dose certa

Com o seu manifesto do Partido dos Socialistas Europeus (PSE), intitulado "Uma saída progressista da crise - Recuperação vs. Austeridade: a estratégia do PSE para resolver o dilema", datado de 16 de Junho, temos a outra visão, minoritária na Europa, para responder aos apertos da conjuntura.

Convém assinalar que, à direita, as sensibilidades diferenciadas das diversas famílias políticas se fundiram numa única visão: é uma pena desperdiçar esta crise sem que se aproveite o momento para cortar a sério na redistribuição de rendimentos, típica dos Estados sociais europeus; e sem que se corte a sério no rendimento primário dos trabalhadores, para reduzir de uma só vez os custos do trabalho por unidade produzida (CTUP), dar um salto na produtividade, para poder reduzir impostos e aumentar as margens de lucro das empresas.

Esta receita, diz o PSE, leva-nos em linha recta para o desastre: provocará, a curto prazo, novo mergulho recessivo; com ele, para além dos 7 milhões de postos de trabalho já perdidos entre 2007 e 2010, destruir-se-ão mais 4,5 milhões; as receitas públicas cairão de novo e o défice manter-se-á alto.

É a receita para o desastre! A alternativa é uma dosagem reduzida das medidas anteriores: cortar q.b. nas ineficiências da despesa pública; manter as políticas activas de emprego e as reformas estratégicas no sector produtivo e nos seus custos de contexto, para evitar nova recessão e, bem pelo contrário, potenciar desde já um crescimento mais robusto do que o actual.

O défice cairá o suficiente para acalmar os mercados financeiros, desde que se fortaleça a regulação comum dos operadores financeiros, se institua uma taxa sobre as transacções bancárias e se cortem as asas - a sério! - à banca-sombra (CDS nus, derivados, como certos hedge funds).

O crescimento económico retomará o seu progressivo fortalecimento se se evitar a corrida em pânico para os 3% do défice público face ao PIB de todos e de cada um, em 2/3 anos, optando por um ajustamento mais gradual, pactuado por todos e apoiado em eurobonds. E nós, para que lado queremos cair?

por ANTÓNIO PEREZ, METELO
http://dn.sapo.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário